Senadores denunciaram postagens pró-governo e contra adversários ao TCU e Judiciário cobrando investigação de uso indevido de recursos públicos para disseminar conteúdos falsos
A oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líderada no Senado Federal, por Rogério Marinho (PL-RN), enviou uma representação ao Tribunal de Contas da União (TCU) nesta quarta-feira (12), pedindo a investigação de um “gabinete da ousadia”.
O gabinete teria sido criado com a missão de divulgar notícias falsas que beneficiem o governo federal e que prejudicam adversários políticos, segundo a denúncia.
Os parlamentares da oposição também fizeram uma manifestação no Salão Verde da Câmara dos Deputados cobrando investigações sobre o tema, ma tarde de hoje.
No pedido ao TCU, os parlamentares pedem que a apuração da utilização indevida de recursos públicos pela Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), quando era chefiada pelo agora ministro da ajuda ao Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta.
“Chama a atenção a demonstração da utilização da máquina pública em desvio de finalidade, em especial confundindo as esferas pública e a privada, incluindo a utilização de marqueteira contratada pelo PT, que cumpre expediente no Palácio do Planalto, numa verdadeira usurpação de função pública“, diz a representação.
O nome, “gabinete da ousadia”, é usado pelos próprios autores das postagens na Internet.
Um deles é um influenciador digital chamado Thiago dos Reis.
Integrantes da Secom de Lula e representantes do partido teriam “reuniões de pauta” com o influenciador, para criar e debater o conteúdo dos disparos em massa, segundo vazou pata a imprensanessa semana.
Em nota, a Secretaria de Comunicação da Presidência negou que promova reuniões com “uma versão petista do gabinete do ódio”.
Já a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) acionou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando que ele inclua o influenciador petista citado no texto, identificado como Thiago dos Reis, como investigado no inquérito das milícias digitais.
“Ao manter o presente inquérito ativo, pretende atuar no combate a todo tipo de conduta eivada de desinformação nas redes sociais e, de forma imparcial, deve apurar a situação descrita na matéria jornalística indicada e inibir qualquer tipo de desinformação, que fere as liberdades democráticas ao induzirem o público a formarem opiniões, positivas ou negativas, muitas vezes, influência de falsas premissas conscientemente propagadas, como rotineiramente ocorre com o denunciado“, diz o pedido enviado a Moraes.
candidatos à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) e Pablo Marçal (PRTB), se provocaram e um militante de esquerda foi empurrado pelo deputado Éder Mauro.
Em nota, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República confirma que faz reuniões com aliados, mas não estimula ataques. “O que acontece eventualmente são reuniões de integrantes da Secom com as áreas de comunicação das lideranças do governo na Câmara e no Senado, bem como do PT e dos partidos da base, para informar sobre as ações e os programas prioritários de governo. O objetivo é fazer fluir as informações da gestão, incluindo novos lançamentos e entregas, para qualificar o trabalho das lideranças e da base do governo no Congresso. Não há a participação de influenciadores nessas reuniões com a Secom, muito menos a discussão sobre “ataques a críticos e desqualificação da imprensa”, diz a nota.
A Secom não esclarece quais informações repassa ao PT, o que são convites a influenciadores ‘quando tem necessidade’, quem é convidado e se incentiva ataques direcionados a opositores.