Fogo no Pantanal é o pior da história para o mês de junho e tem aumento de mais de 1000% de focos de queimadas

Cenário é desolador e expõe jacarés e outros animais queimados. São 489 regiões sob alerta de queimadas neste mês em 2024, o que representa alta de 1.037% em comparação com o mesmo período de 2023

O mês de junho de 2024 é o mais trágico de toda a história de queimadas registradas para o período. São 489 regiões sob alerta de queimadas neste mês em 2024, o que representa alta de 1.037% em comparação com o mesmo período de 2023.

Jacarés carbonizados, carcaças de animais expostas e o cinzas por todo lado toma. conta do cenário onde a vegetação já foi verde.

O retrato da destruição com os incêndios no Pantanal demonstra o maior número de queimadas para um mês de junho desde o começo do monitoramento, em 1998.

Fotos tiradas pelo biólogo e diretor de comunicação da ONG SOS Pantanal, Gustavo Figueirôa, por exemplo correm o mundo alertando para mais esse desastre ambiental no Bras.

Fauna e flora pantaneira são castigadas no pior mês de junho já registrado na história das queimadas em foto de Gustavo Figueirôa

Nos primeiros 10 dias de junho deste ano, o fogo consumiu o equivalente a 59 mil campos de futebol.

Desde janeiro de 2024, uma área duas vezes maior que o tamanho da cidade de São Paulo já queimou no Pantanal. 

Quando sentem a presença do fogo, a fuga é eminente, como explica o biólogo. Porém, muitos não conseguem sair da linha das chamas antes de serem consumidos. Os mais afetados são os répteis e os insetos.

De acordo com o monitoramento feito pelo Inpe, 2020 foi o ano que teve mais registros de fogo no Pantanal desde o fim da década de 1990 com . 

Cerca de 17 milhões de animais vertebrados morreram em consequência direta das queimadas no Pantanal em 2023, segundo um estudo realizado por 30 pesquisadores de órgãos públicos, universidades e ONGs.

Vegetação atingida pelo fogo, em região próxima à Serra do Amolar. — Foto: Gustavo Figueirôa/Arquivo Pessoal
Brigadistas fazem rescaldo de áreas totalmente devastadas , em região próxima à Serra do Amolar

Para especialistas, os incêndios de 2024 caminham para a mesma direção catastrófica de 2020.

Dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) indicam que, até essa sexta-feira, 433,7 mil hectares do Pantanal foram devastados por incêndios florestais, com 296,5 mil hectares destruídos somente em Mato Grosso do Sul. Essa área equivale a quase duas vezes o tamanho da cidade de São Paulo, que é de 150 mil hectares, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) revelou que, nas últimas 48 horas, quatro cidades da região pantaneira registraram o maior número de focos de calor no país. Corumbá lidera com 244 focos, seguida por Porto Murtinho com 95, Poconé (MT) com 54 e Aquidauana com 32. Em junho, o bioma Pantanal registrou 1.120 focos de incêndio, sendo 901 em Mato Grosso do Sul e 219 em Mato Grosso.

Focos de incêndio saltaram 1000% no Pantanal em 2024, se comparado o mesmo período de 2023. — Foto: Gustavo Figueirôa/Arquivo Pessoal

Em outra região do Pantanal, mais próxima a Corumbá, o fotógrafo Guilherme Giovanni também registrou animais que foram mortos pelo fogo. Depois que as chamas passaram, as carcaças dos bichos ficaram expostas e foram comidas por urubus e outros animais.

“É uma área próxima a fronteira com a Bolívia. Os urubus detonaram as carniças. Os focos vem aumentando até mesmo pelos ventos. A população ribeirinha tá sofrendo bastante”, comentou Guilherme.

Brigadistas em campo tentando controlar chamas. — Foto: Gustavo Figueirôa/Arquivo Pessoal
Fogo avança sobre áreas de vegetação no Pantanal

A Operação Pantanal foi deflagrada em abril deste ano e está em seu 73º dia de ação no combate às chamas no bioma. Ao todo, 96 militares estão envolvidos na operação, sendo 83 bombeiros militares do comando de operações e guarnições de combate, 3 bombeiros que operam a aeronave Air Tractor e 10 militares do Exército Brasileiro atuam na operação em conjunto.

Combate aos focos de incêndio no Pantanal

Mais de 70 brigadistas do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (PrevFogo) também atuam no combate aos incêndios. Brigadas voluntárias e vinculadas a ONGs também atuam no Pantanal.

Apesar do foco no bioma, a norma também estabelece diretrizes para preservação da Floresta Amazônica. O objetivo é garantir a proteção e o combate ao crime nas regiões de vegetação.

Segundo o documento, a prioridade é coordenar a atuação federal e dos estados para “efetivar a prevenção, o controle e o manejo do fogo, de modo a proteger essas regiões de significativa importância ecológica, econômica e social”, diz o texto.

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