Forças Armadas israelenses estão sob pressão por pausa humanitária em Gaza, que enfureceu ministros da coalizão que sustenta primeiro-ministro
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, dissolveu o gabinete de guerra do país.
A dissolução acontece depois da tensão gerada pela saída do governo do ex-general centrista Benny Gantz e uma forte pressão da ala de extrema direita da coalizão que sustenta Benjamin Netanyahu no poder.
A dissolução do gabinete de guerra, que era composto por seis membros, foi divulgada nesta segunda-feira (17), por um funcionário de alto escalão do governo de Benjamin Netanyahu.
A dissolução do gabinete de guerra já era esperada desde a saída de Benny Gantz do governo, no último dia 9.
Benjamin Netanyahu deve manter consultas sobre as ações da guerra de Gaza com um pequeno grupo de ministros, incluindo o ministro da Defesa, Yoav Gallant, e o ministro dos Assuntos Estratégicos, Ron Dermer.
Netanyahu tem se deparado com exigências dos aliados nacionalistas-religiosos da sua coligação, como o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, e o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, para serem incluídos no gabinete de guerra, uma medida que teria intensificado as tensões com parceiros internacionais, incluindo os Estados Unidos.
Ben-Gvir é o ministro mais radical do governo de Benjamin Netanyahu e líder de um partido da extrema direita. Netanyahu só conseguiu formar governo após se aliar com a sigla de Ben-Gvir, que é um feroz defensor das incursões e bombardeios na Faixa de Gaza.
No início do ano, o ministro ameaçou deixar o governo caso Netanyahu não invadisse Rafah, a cidade no extremo sul de Gaza que era considerada o último refúgio para civis em Gaza que fugiam da destruição causada pelos bombardeis e invasões israelenses.
Como funciona a pausa humanitária anunciada por Israel?
Neste domingo (16), as Forças de Defesa de Israel (FDI) anunciaram uma pausa de algumas horas nos bombardeios a Gaza para permitir a entrada de ajuda humanitária sem riscos para civis.
A pausa humanitária é uma exigência de países aliados ao governo de Israel como os EUA.
A medida enfureceu os ministros radicais do governo israelense.