Samira Monti Bacha Rodrigues e outras dez pessoas foram presas nesta quinta-feira na Grande Belo Horizonte
A empresária mineira e socialite Samira Monti Bacha Rodrigues, de 40 anos, foi presa, nesta quarta-feira (26), suspeita de desviar cerca de R$ 35 milhões de três empresas.
Presa em em Nova Lima, na Grande Belo Horizonte, ela é acusada de lavar o dinheiro angariado com golpes, convertendo-o em itens de luxo, como joias, relógios e bolsas que eram revendidos.
Outras dez pessoas também foram presas por participaram do esquema montado pela solialite.
Entre os 11 presos, está o irmão da socialite, Leonardo Monti Bacha. Outras cinco pessoas foram liberadas, após depoimento.
Segundo o delegado da delegacia especializada no combate a crimes tributários, Alex Machado, a mulher cooptava funcionários de uma empresa de cartões de benefícios para maquiar planilhas e efetuar a fraude.
Ela começou a fraudar esses cartões médicos, aumentar os limites mais ainda, cooptar novas pessoas e descobriu, nesse momento, que poderia pegar o valor dos cartões e descarregar, procurar agiotas que passam o cartão, cobram uma taxa e devolvem uma parte. Quando ela descobriu isso, passou o cartão dela, da empresa, para R$ 500 mil. Ela passa a torrar R$ 500 mil por mês e manda apagar do sistema essa dívida”, disse Alex Machado.
Ao ver que o esquema deu certo, Samira passou a atuar em outra companhia do mesmo grupo, especializada em crédito para a classe médica, com valores ainda maiores.
“São empresas que têm R$ 10 milhões, R$ 20 milhões para receber. Ela começou a simular operações, como se alguém tivesse pedindo esses valores, e esses valores eram liberados e caíam direto na conta bancária dela. Ela já estava se preparando para ir embora, sumir com tudo que pudesse. Por sorte, foi descoberta por um funcionário”, afirmou o delegado.
Por fim, Samira migrou para uma terceira empresa do grupo, voltada para a antecipação de recebíveis.
Ainda de acordo com a polícia, Samira se aliou a uma joalheria de Nova Lima para vender as joias que comprava no exterior.
Após ser descoberta, a mulher foi denunciada pelos sócios. Samira chegou a devolver ao grupo parte do dinheiro, mas, posteriormente, passou a negar os desvios e ocultar o restante.
Ao todo, a polícia apreendeu cerca de R$ 15 milhões em bens em nome dos acusados. O apartamento de Samira é avaliado em R$ 6 milhões.
De acordo com a Polícia Civil, a socialite começou a cometer as fraudes em 2020, dois anos após se tornar uma das donas de uma administradora de cartões de benefícios, a convite de um amigo.