Abacate: delícia com um preço alto para o meio ambiente? Entenda

Fruta adorada por muitos por seu sabor e valor nutritivo, se tornou um novo símbolo de preocupação ambiental

Apesar de seus benefícios, o cultivo em larga escala da fruta traz consigo diversos impactos negativos para o planeta, segundo os ambientalistas.

Os abacates são nativos da América Central e do Sul, onde o clima quente e temperado fornece condições de cultivo ideais.

Existem centenas de variedades, mas a mais conhecida é a variedade Hass, que pode ser rastreada até uma única árvore, plantada quase 100 anos atrás.

Como em grande parte da agricultura moderna, a maior parte das plantações de abacate depende muito dos fertilizantes e combustíveis fósseis, o que aumenta as emissões de gases do efeito estufa. E o seu rendimento é menor que o de muitos outros produtos. Por isso, a pegada de carbono do abacate por kg da fruta é maior.

Produção do abacate tem pegada de carbono de cerca de 2,5 kg de CO₂ por kilo do produto

Em média, o abacate tem pegada de carbono de cerca de 2,5 kg de CO₂ equivalente (kg CO₂e) por kg de produto. Este número representa o total de gases do efeito estufa resultantes da produção e do transporte de abacates, como dióxido de carbono, metano e óxido nitroso, calculado na forma equivalente ao aquecimento causado por CO₂.

A pegada de carbono do abacate é mais de duas vezes a da banana (0,9 kg de CO₂e p/kg) e mais de cinco vezes a da maçã (0,4 kg de CO₂e p/kg). Ela é um pouco maior que a do tomate (2 kg de CO₂e p/kg).

Mas estes números são pequenos em comparação com a média global da pegada de carbono da maioria dos produtos de origem animal.

Um quilo de ovos possui pegada de carbono de 4,6 kg de CO₂e, 1 kg de frango tem 9,8 kg de CO₂e e 1 kg de carne bovina resulta em um escandaloso índice médio de 85 kg de CO₂e.


Sede por água:


Um dos principais problemas apontados pelos ambientalistas seria o alto consumo de água. Estima-se que a produção de um quilo de abacate necessite de até 272 litros de água, o que coloca em risco os recursos hídricos de regiões já afetadas pela seca. No México, maior produtor mundial, a água desviada para as plantações contribuiu para a intensificação da crise hídrica.


Desmatamento e perda de biodiversidade têm relaçãocom o abacate?


Para dar lugar às plantações, extensas áreas de florestas e habitats naturais são desmatadas, levando à perda de biodiversidade e ao aumento das emissões de gases do efeito estufa. Na Costa Rica, por exemplo, o cultivo de abacate já dizimou hectares de florestas, colocando em risco diversas espécies de animais e plantas.
Uso de agrotóxicos e fertilizantes:
A agricultura intensiva do abacate também se caracteriza pelo uso excessivo de agrotóxicos e fertilizantes, que contaminam o solo e a água, prejudicam a saúde humana e impactam negativamente a vida marinha.

Quais são os impactos sociais da produção do abacate?


O boom do abacate também gera conflitos sociais, especialmente em comunidades locais que perdem o acesso à água e à terra para as plantações. No Quênia, por exemplo, elefantes que dependiam de áreas agora ocupadas por plantações de abacate estão ameaçados de extinção.


O que querem os ambientalistas sobre o abacate?
Consciência e alternativas:


Segundo os ambientalistas, é importante que os consumidores estejam cientes dos impactos do cultivo do abacate e busquem alternativas mais sustentáveis. Optar por produtos de origem local e com certificações que comprovem práticas agrícolas mais responsáveis são algumas medidas que podem ajudar a reduzir os danos ao meio ambiente.


Soluções para um futuro mais verde:


Para garantir a produção sustentável do abacate, é necessário investir em técnicas agrícolas mais eficientes no uso da água, como a irrigação por gotejamento. A diversificação das plantações, a redução do uso de agrotóxicos e a promoção de práticas agroflorestais também são medidas importantes para minimizar os impactos negativos do cultivo.

Segundo os ambientalistas ao redor do mundo, “embora o abacate seja uma fruta deliciosa e nutritiva, é crucial que seu consumo seja consciente e responsável. Ao compreender os desafios da produção em larga escala, podemos contribuir para um futuro mais verde e sustentável para o planeta”, dizem.

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