Três forças políticas dividem o parlamento segundo as pesquisas de boca de urna
Depois da ascensão da ultradireita no primeiro turno na França, pesquisas de boca de urna indicam vitória da esquerda no segundo turno nas eleições no país.
Após vitória da extrema direita no primeiro turno, no último domingo (30), uma frente republicana foi montada para barrar o avanço do partido de Marine Le Pen.
Segundo as projeções, a coligação de esquerda Nova Frente Popular pode ter até 192 assentos no Parlamento. A de Emmanuel Macron vem em seguida, com 170 assentos.
Em terceiro lugar, o partido Reunião Nacional, de Marine Le Pen e Jordan Bardella, deve ter no máximo 135 assentos.
Apesar da liderança, a aliança de esquerda não conquistou a maioria absoluta nas eleições. No total, a Assembleia Nacional tem 577 assentos; sendo necessário ocupar 289 cadeiras para se formar uma maioria capaz de definir o primeiro-ministro.
Segundo observadores, novas alianças entre esquerda e macronistas precisarão ser feitas para eleger um primeiro-ministro e governar o país.
O primeiro-ministro, Gabriel Attal, anunciou nesta noite , que apresentaria a sua demissão ao presidente Emmanuel Macron na manhã de segunda-feira, após as eleições legislativas que colocaram a esquerda na liderança, mas disse que estava pronto para permanecer em Matignon “também enquanto exigências do dever”, no contexto dos Jogos Olímpicos.
Macrom ainda tem três anos de mandato e deve escolher o novo primeiro-ministro de acordo com o número de parlamentares eleitos.
Após os resultados de projeções iniciais indicarem que o partido de extrema direita Reunião Nacional ficou em terceiro lugar nas eleições legislativas francesas, Marine Le Pen afirmou que a vitória foi “apenas adiada”.
“A maré está subindo. Desta vez, não subiu o suficiente, mas continua subindo e, consequentemente, nossa vitória apenas foi adiada”, declarou Le Pen em entrevista à emissora TF1, destacando que o partido dobrou seu número de deputados.
Le Pen criticou o acordo político entre Emmanuel Macron e a extrema esquerda, sugerindo que, sem essa aliança, o partido que lidera poderia ter alcançado a maioria absoluta.
O Palácio do Eliseu, residência oficial da presidência da república da França, emitiu um comunicado em que o presidente Emmanuel Macron promete respeitar o resultado das eleições.
“No papel de guardião de nossas instituições, o presidente garantirá que a escolha soberana do povo francês seja respeitada. Em conformidade com a tradição republicana, ele aguardará a estruturação da nova Assembleia Nacional antes de tomar as decisões necessárias”, diz trecho do comunicado.