Órgão eleitoral da Venezuela anuncia Maduro reeleito presidente

Oposição contesta resultado e diz que Maduro boicotou o processo de apuração
Montagem com foto colorida de Nicolás Maduro - Metrópoles

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela divulgou na madrugada desta segunda-feira (29) que o presidente Nicolás Maduro foi reeleito.

A eleição na Venezuela terminou com troca de acusações e resultado incerto, jáque a oposição contesta o resultado duvulgado pelo órgãodo governo de Maduro.

A oposição nega a vitória do chavista e garante que o candidato Edmundo González venceu o pleito com pelo menos 70% do votos.

Em coletiva de imprensa após o anúncio, o grupo anti-Maduro denunciou irregularidades no processo eleitoral. Eles alegaram ter dificuldade de acesso às atas impressas das zonas eleitorais, conseguindo reunir apenas 40% dos documentos ao redor do país.

No primeiro discurso como presidente reeleito, Maduro culpou agentes internacionais pelo o que classificou como um “ataque massivo” contra o sistema eleitoral venezuelano.

“Já sabemos de que país veio”, disse o líder chavista sem apresentar provas.

O presidente do CNE, Elvis Amoroso, informou por volta das 1h20 do horário de Brasília que 80% das urnas tinham sido apuradas, mas que esse resultado parcial era irreversível, dando vitória a Maduro. A participação do eleitorado teria sido de 59%.

Segundo o CNE, Maduro teve 5.150.092 votos, que representa 51,2% do total apurado. Já Gonzáles teve 4.445.978 votos, que equivale a 44,2%, de acordo com o Conselho Nacional Eleitoral.

Ainda durante a divulgação dos dados eleitorais, o representante do CNE informou que houve um ataque ao sistema de transmissão de dados que atrasaram a contagem dos votos. Ele chamou esses atos de terrorismo e disse que serão investigados, mas sem entrar em detalhes.

Eleição polêmica

A Venezuela viveu um processo eleitoral polêmico e muito criticado por opositores e pela comunidade internacional. González era o favorito nas pesquisas eleitorais.

Nicolás Maduro é herdeiro político de Hugo Chávez e tem 61 anos. Ele começou sua carreira política como sindicalista que representava os motoristas de ônibus do metrô e, mais tarde, participou da campanha vitoriosa de Chávez em 1998.

Maduro foi eleito presidente da Venezuela em 2013, após substituir Chávez, que estava doente e morreu naquele ano. Considerando os dois presidentes, são mais de 20 anos de chavismo no poder. O mandato presidencial na Venezuela é de seis anos

A líder da oposição, María Corina Machado, contestou o resultado divulgado pelo órgão eleitoral da Venezuela.

Ela assegurou que o candidato da Plataforma Unitária Democrática (PUD) venceu o pleito com cerca de 70% dos votos. A líder pediu que fiscais continuem exigindo as atas impressas nas zonas eleitorais do país.

“Queremos uma Venezuela livre, nossa luta continua”, disse Machado durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira (29/7)

Comunidade internacional pede transparência

Minutos após a divulgação do resultado, algumas lideranças usaram as redes sociais para se pronunciar sobre a reeleição de Maduro, que voltou a cobrar que nenhum país interfira nos assuntos internos da Venezuela.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, disse que o resultado da votação é difícil de acreditar, e exigiu transparência.

“Do Chile não reconheceremos nenhum resultado que não seja verificável”, escreveu no X, antigo Twitter.

Luis Lacalle Pou chamou a reeleição de Maduro de “um segredo aberto”, e também disse que não pretende reconhecer o resultado.

“Assim não! Foi um segredo aberto. Eles iriam ‘vencer’ independentemente dos resultados reais”, disse o presidente do Uruguai. “O processo até o dia das eleições e a contagem foi claramente falho. Não se pode reconhecer um triunfo se não confiarmos na forma e nos mecanismo utilizados para alcançá-los”.

Já o presidente da Colômbia, Iván Duque, chamou a vitória do líder chavista de “roubo consumado”.

“O roubo foi consumado: o tirano Nicolás Maduro cometeu fraude eleitoral para se perpetuar no poder, ignorando o apoio massivo do povo venezuelano à heroica resistência democrática liderada por María Corina Machado e Edmundo González”, escreveu no X.

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