Segundo ONGs, mais de 80 pessoas ficaram feridas ao reclamar de fraude nas eleições venezuelanas
Pelo menos 12 pessoas morreram nos protestos contra a farsa eleitoral de NicolásMadurona Venezuela, incluindo dois menores de idade. Mais de 80 pessoas ficaram feridas, segundo ongs observadoras. O número de detenções nas primeiras 24 horas de manifestações chegou a 749, segundo o Ministério Público da Venezuela.
Familiares se aglomeraram do lado de fora do comando da Guarda Nacional, onde estão detidas várias mulheres, incluindo menores de idade.
No início da tarde de ontem, o partido Vontade Popular (VP), denunciou que o líder opositor Freddy Superlano havia sido preso e sequestrado pelas autoridades venezuelanas.
O procurador-geral venezuelano, Tarek William Saab, asseverou que aqueles que destruíram o patrimônio público serão processados por “atos de terrorismo”. Essa acusação, disse ele, poderá ser estendida à líder antichavista María Corina Machado e a Edmundo González Urrutia, oponente de Maduro nas urnas, que “instigaram” a população a ir às ruas.
O presidente venezuelano, que recebeu ontem uma declaração de “apoio incondicional e lealdade absoluta” das Forças Armadas, culpou o candidato da oposição e Maria Corina pela violência nas manifestações. “Responsabilizo você, senhor González Urrutia, por tudo o que está acontecendo na Venezuela, pela violência criminosa, pelos delinquentes, pelos feridos, pelos mortos, pela destruição. Estamos vivenciando uma tentativa de desestabilização em massa”, disse Maduro, no palácio presidencial de Miraflores. “A justiça vai chegar”, ameaçou.
María Corina Machado afirma ter cópias de 84% das atas de apuração que comprovariam a suposta fraude, projetando uma vitória de González Urrutia com 6,27 milhões de votos contra 2,75 milhões de Maduro. A divulgação desses registros também é uma exigência da comunidade internacional, incluindo Colômbia, Brasil e Estados Unidos.
Mesmo com ameaças e violência imposta por Maduro, González Urrutia e María Corina estiveram à frente de uma marcha contra Maduro em Caracas. “Liberdade, liberdade!”, bradavam os manifestantes. Em um clima bem mais tranquilo, os seguidores de Maduro também realizaram um grande ato de apoio ao presidente, que se estendeu até o Palácio de Miraflores.
Durante a concentração, González Urrutia pediu calma às tropas de Maduro, após a forte repressão da véspera. “Senhores da Força Armada: não há razão alguma para reprimir o povo da Venezuela, não há motivo para tanta perseguição”, disse o opositor.
Pela manhã, a ONG de defesa dos direitos humanos Foro Penal relatou que pelo menos 11 civis morreram nos protestos, incluindo dois menores de idade. Horas depois, mais um óbito foi divulgado. “Preocupa-nos o uso de armas de fogo nestas manifestações. É um número alarmante”, considerou Alfredo Romero, diretor da Foro Penal.
A ONG Encuesta Nacional de Hospitales informou que 84 civis ficaram feridos nas manifestações. O Ministério da Defesa mencionou que 23 militares sofreram ferimentos.
[…] Brasil, Colômbia e México divulgaram uma nota conjunta no início da noite desta quinta-feira (1º) em que fingem acreditar em instituições democráticas na Venezuela controlada com mão de ferro pelo ditador Nicolás Maduro. […]