Suprema Corte da Venezuela intima González a ir responder perguntas depois de se autodeclarar eleito

Edmundo González não compareceu a uma sessão na Corte na última sexta (2) junto de outros candidatos porque poderia ser preso pelo regime ditatorial de Nicolás Maduro

Depois de se autodeclarar eleito pelo voto popular dos venezuelanos como presidente, o oponente do ditador Nicolás Maduro, Edmundo González foi intimado pela Suprema Corte daquele país a se apresentar amanhã, quarta-feira (7), para depor.

O Ministério Público da Venezuela, nesta segunda-feira (5) abriu uma investigação criminal contra Edmundo González e María Corina Machado, após o candidato opositor de Maduro ter se declarado presidente eleito. 

Para a devida consolidação de todos os instrumentos eleitorais que se encontram em posse dos partidos políticos e dos candidatos, se procede a citar em pessoa, em cujo ato deverão entregar a informação requerida e responder às perguntas que sejam formuladas pela Corte.”, diz a intimação do tribunal venezuelano, aliado ao ditador Nicolás Maduro.

O MP venezuelano, comandado pelo procurador-geral Tarek William Saab, é aliado do dotador de extrema esquerda Nicolás Maduro.

Na intimação foram citados Manuel Rosales, José Luis Cartaya, Simón Calzadilla e Edmundo González Urrutia.

Nicolás Maduro já havia dito que González e a líder da oposição Maria Corina deveriam estar presos.

A oposição contesta o resultado do Conselho Nacional Eleitoral, similar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no Brasil, e diz que González venceu a eleição.

González não compareceu da última vez que foi convocado pela Suprema Corte, na última sexta (2), para uma sessão junto de outros candidatos presidenciais em que houve a assinatura de um termo de aceite do resultado divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral, que proclamou a reeleição de Maduro. 

O principal candidato de oposição não compareceu porque havia possibilidade dele ser preso.

Maduro disse que González e Corina Machado “têm que estar atrás das grades” e que “a Justiça vai chegar” para eles. Corina Machado disse em editorial ao jornal The Wall Street Journal que está escondida e teme pela sua vida. Edmundo González que também está escondido fez uma aparição pública na última semana, durante protesto junto de Corina Machado.

A oposição, liderada por María Corina Machado, contesta o resultado da eleição desde o dia da votação, em 28 de julho. Nesta segunda (5), Edmundo González se proclamou o novo presidente eleito da Venezuela.

Segundo Corina Machado, a oposição detém pouco mais de 80% das atas eleitorais de urnas de todo o país, e com elas está sendo feita uma contagem paralela, em que González teria batido Maduro por 66% a 30% dos votos válidos.

Na sessão de sexta, a Suprema Corte havia pedido para todos os partidos apresentarem documentos eleitorais ou atas que tenham em mãos.

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