Suspeita afirmou em depoimento que administrou 1 grama de clonazepam a Kerollyn Souza Ferreira. Carla Carolina Abreu Souza está presa
Guaíba (RS) – A Polícia Civil do Rio Grande do Sul investiga a morte de Kerollyn Souza Ferreira, de 9 anos, encontrada morta dentro de um contêiner de lixo em Guaíba.
A mãe da criança, Carla Carolina Abreu Souza, confessou ter administrado um sedativo sem prescrição médica à filha horas antes do ocorrido.
O caso
A menina foi encontrada por catadores de reciclagem na última sexta-feira (9).
A mãe, que está presa temporariamente, alegou em depoimento que, após dar o medicamento a ambas, voltou a dormir. Quando acordou, a criança havia desaparecido.
A polícia ainda investiga a causa da morte e as circunstâncias que levaram a menina a ser encontrada no local.
Investigação em andamento
A Polícia Civil trabalha com a hipótese de que a morte de Kerollyn esteja relacionada à ingestão do medicamento.
Laudos toxicológicos e outros exames complementares devem auxiliar na elucidação do caso.
A mãe segue à disposição da Justiça e a investigação continua em curso.
Um caso que chocou a comunidade
O caso gerou comoção e revolta na comunidade de Guaíba.
A Polícia Civil pede a colaboração da população para que qualquer informação que possa auxiliar nas investigações seja repassada através do disque-denúncia.
O Conselho Tutelar foi acionado por diversos vizinhos que denunciaram os maus-tratos que a criança de 9 anos e seus irmãos ainda menores sofriam.
Uma mulher que morava próximo à casa de Kerollyn Souza Ferreira afirmou ter acionado o Conselho Tutelar “mais de 20 vezes” para falar sobre o bem-estar da menina.
A criança de nove anos foi encontrada morta dentro de um contêiner de lixo, em Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre, na semana passada. A mãe da criança é a principal suspeita pelas circunstâncias que levaram à morte da criança.
Nesta terça-feira (13), Fernanda Cardoso, que também é mãe de um colega de escola de Kerollyn, disse que a menina pedia comida e carinho aos vizinhos. “Eu liguei mais de 20 vezes, eu pedi por favor pra eles resolverem. Eu mandava foto da criança, mandava tudo. A criança na chuva pedindo. Ela vivia na minha porta pedindo. Pedia água, pedia abraço, pedia beijo”, relatou.
Ela disse que recebeu um áudio da conselheira tutelar leda Lucas no dia 2 de agosto, afirmando que o órgão estava “acompanhando a situação”. “Estamos acompanhando essa situação. O Conselho está sabendo, e a mãe está tomando as providências. Nós estamos fazendo todas as medidas possíveis, OK? Obrigada”, concluiu a funcionária.
Após a morte da criança, o Conselho Tutelar de Guaíba emitiu uma nota alegando que está “acompanhando e colaborando com as autoridades competentes”.
O delegado Fernando Sodré afirma que a criança vivia “abandonada”: “A filha vivia solta, abandonada, dormia inclusive num carro abandonado, muitas vezes, que ficava perto da casa e da escola”.
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