Desembargadores e juízes também faziam parte da rede de corrupção descoberta pela Polícia Federal em celular de vítima de matador de aluguel
A Polícia Federal ainda não sabe o tamanho da rede de corrupção que envolve a venda de decisões de ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) , desembargadores e juízes.
O maior escândalo até hoje visto no judiciário brasileiro foi revelado pela jornalista Larissa Borges da Revista Veja.
Segundo a reportagem, depois que um assassino de aluguel matou o advogado Roberto Zampieri em Cuiabá, Mato Grosso, a escandalosa e gigantesca rede de corrupção no judiciário brasileiro foi descoberta.
O matador profissional se disfarçou de capelão usando nome de Antônio Gomes da Silva. Ele fingiu ter problemas nas pernas, mancava, usava uma bengala e “estava interessado” em comprar uma fazenda em Mato Grosso.
Assim se aproximou de Roberto Zampieri, um conhecido advogado de Cuiabá com trânsito fácil nas cortes superiores em Brasília.
Em dezembro do ano passado, Roberto Zampieri foi executado com doze tiros pelo falso comprador de terras que não tinha nada de coxo e fugiu correndo.
A polícia identificou e prendeu o pistoleiro de aluguel.
Já o celular do morto, que foi apreendido no local da execução sumária, continha todas as informações que deram início às investigações da Polícia Federal que revelaram o escandaoloso esquema de corrupção que envolve a venda de decisões de, desde juízes e desembargadores até os ministros do STJ.
O advogado eliminado era membro ativo de uma rede de suborno presente nas esferas iniciais do judiciário brasileiro, até o STJ.
A Polícia Federal está investigando a venda de sentenças no gabinete dos ministros do STJ, Isabel Gallotti, Og Fernandes, Nancy Andrighi e Moura Ribeiro.
Segundo a reportagem de Larissa Borges, familiares do morto tentaram impedir a apreensão do aparelho. Juízes e desmhargadores de Mato Grosso também se mobilizaram com o mesmo objetivo. Um magistrado chegou a enviar um preposto à delegacia para tentar reaver o celular.
Segundo a Veja, o aparelho, de fato, guardava segredos profissionais que explicavam tamanha movimentação. Os investigadores encontraram diálogos sobre compra de sentenças, comprovantes de repasses financeiros a juízes do estado e provas cabais de corrupção nos gabinetes do Superior Tribunal de Justiça.
As investigações estão em andamento. Rascunhos das decisões dos magistrados, as chamadas minutas, eram repassados pelos funcionários do gabinete a lobistas e advogados.
Com o material em mãos, o grupo procurava a parte interessada no processo e fazia a oferta. Se a propina fosse paga, a minuta se transformava no veredicto do ministro. Caso contrário, era modificada e a decisão do magistrado beneficiava a parte contrária.
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