Presidente brasileiro disse, em entrevista à senadores da RedeTV!, que cabe ao povo venezuelano cuidar de Nicolás Maduro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) qur está solto por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) afirmou que Nicolás Maduro, ditador declarado reeleito na Venezuela, não é um “problema” do Brasil.
Lila diz isso depois de ter enviado R$ 8.714.100.000,00 do dinheiro suado do contribuinte para seu amigo ditador venezuelano.
Venezuela e Cuba ainda devem US$ 529 milhões, o que equivalente a 25% do total emprestado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aos dois países nos governos Lula e Dilma, apontam dados disponíveis na página do banco estatal.
Os dados do BNDES revelam que, dos US$ 656 milhões emprestados a Cuba, US$ 407 milhões ainda estão por vencer. São US$ 214 milhões em atraso indenizadas pelo FGE e US$ 13 milhões ainda a indenizar.
No caso da Venezuela, o total ainda a ser pago é: US$ 122 milhões de um total de US$ 1,5 bilhão. Já foram US$ 641 milhões não pagos ao BNDES pelo FGE, ou seja, pelo contribuinte brasileiro, e US$ 41 milhões ainda a indenizar.
Lula ajudou a consolidação do poder destes ditadores e agora avaliou que não pode ficar se “preocupando” com a Venezuela e que Maduro é um “problema” do país sul-americano. Ele defendeu, ainda, que cabe à população cuidar do chefe do governo venezuelano.
As declarações — registradas em uma entrevista à RedeTV!, concedida na última quarta-feira (6) e veiculada neste domingo (10) — quebram um jejum de falas do petista sobre o tema.
Lula vinha evitando falar sobre a relação com o país vizinho desde o início de uma ofensiva de Nicolás Maduro e de órgãos controlados por ele contra o governo brasileiro.
“Eu aprendi que a gente tem que ter muito cuidado quando a gente vai tratar de outros países e de outros presidentes. Eu acho que o Maduro é um problema da Venezuela, não é um problema do Brasil”, disse o petista.
Na entrevista, o presidente brasileiro respondeu a um questionamento do senador Jorge Kajuru (PSB-GO). O parlamentar havia perguntado se estava na “hora” de Lula começar a “ignorar” Maduro.
“Eu quero que a Venezuela viva bem, que eles cuidem do povo com dignidade. Eu vou cuidar do Brasil, o Maduro cuida dele, o povo venezuelano cuida do Maduro, e eu cuido Brasil. E vamos seguir em frente. Porque também não posso ficar me preocupando. Ora brigar com a Nicarágua, ora brigar com a Venezuela, ora brigar com não sei com quem. Tenho é que tentar brigar para fazer esse país dar certo”, declarou Lula.
Ao falar sobre a relação com o país comandado por Nicolás Maduro, o petista relembrou como o Brasil acompanhou as eleições da Venezuela, questionadas por diversos países e organismos internacionais.
O processo eleitoral, considerado por instituições globais como controverso e viciado, terminou com a proclamação ilegal da vitória de Maduro.
Os órgãos venezuelanos, controlados pelo regime de Maduro, não apresentaram o detalhamento da apuração das eleições.
Sem a certeza da lisura do processo, Lula e o governo brasileiro não reconheceram a vitória de Nicolás Maduro. A postura deu início a um agravamento na relação entre os dois presidentes, considerados aliados históricos.
“O que nós fizemos lá foi a gente acompanhar o processo eleitoral. E, no dia que terminou as eleições, o meu ministro, que era meu enviado lá, o Celso Amorim, perguntou pro Maduro se ele poderia mostrar as atas da votação. Perguntou pra ele e perguntou pro candidato da oposição. Os dois disseram que iriam mostrar. A verdade é que os dois não mostraram”, relembrou Lula.
“Nós fizemos uma nota, junto com a Colômbia, dizendo da nossa inquietação de você não ter uma prova do resultado eleitoral. Ele [Maduro] deveria ter mandado a nota para o Conselho Nacional Eleitoral, que foi criado por ele próprio, que tinha dois membros da oposição e três do governo. Ele não mostrou. Foi direto pra Suprema Corte. Eu não tenho o direito de ficar questionando a Suprema Corte de outro país, porque eu não quero que nenhum outro país questione a minha Suprema Corte”, prosseguiu.
Maduro contra o Brasil
Nicolás Maduro, que foi recebido por Lula com honras de chefe de Estado em maio de 2023, começou uma ofensiva contra o Brasil nos últimos meses.
O desalinho entre os aliados teve início em março deste ano. Na ocasião, depois de uma candidata de oposição ter sido impedida de registrar candidatura, o Itamaraty disse acompanhar com “preocupação” o desenrolar do processo eleitoral no país.
O governo da Venezuela classificou o posicionamento do Brasil como intervencionista.
Em julho, dias antes da eleição, Maduro afirmou que as eleições brasileiras não são auditadas. As declarações foram rebatidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na sequência, com um resultado questionado interna e externamente, o Brasil e o presidente Lula evitaram reconhecer a proclamação de vitória de Nicolás Maduro no pleito.
O conflito voltou a escalar, em outubro, depois de a Venezuela não ter sido incluída na lista de 13 países que serão convidados a integrar o Brics — bloco que reúne economias emergentes e do qual o Brasil faz parte — como parceiros.
O governo venezuelano atribuiu a ausência a um veto do Brasil, classificado como uma “agressão inexplicável”.