COP30 em Belém em 2025, pode ser vexame por falta de estrutura para receber evento mundial

Conferência em Belém carrega um simbolismo por a capital paraense estar dentro da Amazônia Legal, mas a falta de hotelaria adequada, portos e aeroportos podem prejudicar a imagem do Brasil

A capital paraense, escolhida para sediar a COP30, a maior conferência do mundo sobre o clima, enfrenta desafios significativos que podem comprometer o sucesso do evento. A falta de infraestrutura adequada, a gestão inadequada de resíduos sólidos e a desigualdade social são apenas alguns dos problemas que precisam ser urgentemente resolvidos.

A cidade, que se prepara para receber líderes mundiais e especialistas em meio ambiente, ainda convive com problemas como o acúmulo de lixo, a falta de hotéis e a deficiência no sistema de transporte público. A população local, por sua vez, sofre com a falta de saneamento básico e a insegurança.

Belém, no Pará, deverá estar pronta, em novembro do ano que vem, para receber a conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas.

A COP30 está marcada para acontecer entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025, e o governo federal não estuda a possibilidade de ter outras sedes em caso de atrasos nas obras previstas em Belém.

Mas já nos preparativos para a COP30, onde estão previstos investimentos de R$ 4,7 bilhões para Belém, a estimativa do governo pode estar abaixo do necessário.

O valor será destinado para uma série de obras que visam atender à demanda por transporte, alojamento e espaços são para receber cerca de apenas 60 mil participantes da Cúpula do Clima no Pará. Acontece que a COP29, deste ano está recebendo 200 mil pessoas. O evento começou nesta segunda-feira (11) no Azerbaijão.

Nas próximas duas semanas, chefes de Estado, de governo e diplomatas de quase 200 países vão se reunir em Baku, capital do Azerbaijão. Eles vão tentar avançar na estratégia para conter a crise climática.

O presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) não foi para a COP29 por causa do acidente doméstico que sofreu em outubro. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSD) já chegou para representar o Brasil no Azerbaijão.

Aqui no Brasil, o governo investe na infraestrutura urbana de Belém como prioridade, com reformas até significativas nas vias públicas, expansão e modernização dos sistemas de saneamento básico e abastecimento de água na cidade.

A mobilidade também é um foco, com a ampliação das linhas de transporte público, incluindo a construção de novas ciclovias e melhorias nas vias de acesso, mas pensando nim público que pode ser quase 4 vezes menor do que hoje, o mesmo evento está recebendo no Azerbaijão.

Uma das preocupações de analistas de infraestrutura turística é a acomodação.

Segundo o governo, estão sendo construídos dois novos hotéis, além da reforma e modernização dos poucos já existentes.

Em um esforço coletivo com o Pará, já foram destinados mais de R$ 100 milhões para melhorias na qualidade hoteleira e serviços de turismo, por meio do Fundo Geral de Turismo (Fungetur). 

Segundo o secretário extraordinário da COP30, Valter Correia, destacou em Nota emitida nesta segunda-feira (11), cerca de 500 quartos de padrão cinco estrelas vão ficar como legado para a cidade após a conferência.

Acontece que a demanda deve ser muito superior a isso.

Só para chefes de governo, se vierem os mesmos presidentes e vices, seriam 400 acomodações dessas a serem ocupadas. Isso se apenas os líderes que participam hoje do evento no Azerbaijão vierem para Belém, no ano que vem.

Além dos líderes de governo, acompanham também as delegações desses países, o que multiplica o número exponencialmente.

Mesmo com o aporte de R$ 224 milhões de Itaipu para as obras, as acomodações devem atender apenas parte das delegações dos países participantes.

Uma das soluções seriam navios de turismo para abrigar os participantes. Eles seriam atracados no porto de Belém, mas o porto não possui infraestrutura para receber tantos passageiros hóspedes, entrando e saindo nos dias da COP30.

A dragagem do porto de Belém e a construção de um novo Terminal Internacional de Cruzeiros permitirão que navios transatlânticos sejam utilizados como hotéis flutuantes no período da COP30.

Obras no porto de Belém para a COP30

. “Estamos trabalhando ainda na contratação de dois navios cruzeiros para receber cerca de 5 mil pessoas”, disse Correia, praticamente ignorando que hoje, a COP29 no Azerbaijão, está recebendo 200 mil pessoas. 

A infraestrutura da Base Aérea de Belém está recebendo um investimento de R$ 25,8 milhões do governo federal, o que pde melhorar a chegada e saída dos participantes.

Outro projeto é o da reforma do Parque Linear da Doca, de R$ 366 milhões investidos por Itaipu, visando melhorar as condições de deslocamento e contruir espaços de convivência para a população.

Já a Avenida Tamandaré, já está com 22% das obras concluídas, e envolve a reforma do canal, construção de parque linear e melhorias de saneamento.

Mas a obra viária foi suspensa pela Justiça por falta de licença e impacto ambiental. Apesar disso, o governador Jader Barbalho minimiza e diz que cidade estará preparada para conferência da ONU.

Obras estão em andamento para a realização da COP30 em Belém no Pará
Desafios críticos a serem superados:
  • Infraestrutura: A falta de hotéis, a necessidade de melhorias no transporte público e a deficiência em saneamento básico são desafios urgentes.
  • Desigualdade social: A concentração de renda e a falta de oportunidades para a população mais pobre são problemas que precisam ser enfrentados.
  • Gestão de resíduos sólidos: A cidade enfrenta uma crise no manejo do lixo, com coleta irregular e falta de opções de reciclagem.
  • Participação da comunidade: É fundamental garantir que a população local tenha voz e participação nas decisões relacionadas à COP30.

A realização da conferência no Brasil representa uma oportunidade única para o país desenvolver sua imagem no exterior de atuação de forma sustentável e inclusiva no combate à crise climática.

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