Moraes tira sigilo e envia à PGR inquérito sobre suposto plano golpista

Ministro do STF autorizou defesa dos 37 investigados a terem acesso ao documento

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes enviou, nesta terça-feira (26), à Procuradoria-Geral da República (PGR) o relatório final do inquérito da Polícia Federal (PF) que apura a tentativa de golpe de Estado nas eleições de 2022.

Moraes afastou parte do sigilo do relatório. Ele manteve o sigilo sobre a delação premiada do coronel Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Integrantes da PGR afirmaram que a decisão sobre denunciar citados só deve acontecer de fato a partir de fevereiro de 2025, em razão do tamanho do relatório e do recesso de fim de ano.

O relatório da Polícia Federal foi enviado ao Supremo na última quinta-feira (21) e indicia 37 pessoas por envolvimento na suposta tentativa de golpe.

A lista inclui Bolsonaro (PL), dois ex-ministros e dezenas de integrantes da mesma gestão federal.

O STF investiga a suposta tentativa de golpe de Estado e iniciativas nesse sentido desde o ano passado, depois de o presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) ter tomado posse e atos de vandalismo considerados golpistas pelo STF, terem acontecido na Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.

Os envolvidos diretamente nos atos de 8 de janeiro de 2023, embora o STF os relacionem a uma tentativa de derrubar Lula da Presidência da República, são investigados em um inquérito separado.

O STF já condenou 265 pessoas pelo envolvimento no 8 de Janeiro. A maioria (223) foi considerada culpada por participar da invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília.  

Houve, até o momento, quatro absolvições. Três eram moradores de rua e estavam em busca de comida no acampamento no QG do Exército. Outras 476 pessoas decidiram fechar um acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), admitindo os crimes, para se livrar do julgamento.

No dia dos atos, 243 pessoas foram presas dentro dos prédios do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do STF e na Praça dos Três Poderes. Desse total, 161 eram homens e 82, mulheres.

No dia seguinte, na segunda-feira (9), mais 1.927 pessoas que estavam no acampamento montado em frente ao Quartel-General do Exército, na capital federal, foram conduzidas à Academia Nacional de Polícia.

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