Cruzamento de diversas investigações, incluindo a apuração do assassinato de Vinícius Gritzbach mostrou integração de agentes do estado ao crime organizado
A Polícia Federal (PF) e o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), com o apoio da Corregedoria da Polícia Civil, iniciaram nesta terça-feira (17) a Operação Tacitus, contra o delegado Fábio Baena Martin e o investigador-chefe Eduardo Lopes Monteiro e outros três policiais civis suspeitos de integrarem o Primeiro Comando da Capital (PCC).
A ação inclui mandados de prisão temporária e de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados, além de medidas como o bloqueio de contas bancárias e o sequestro de bens.
As investigações cruzamento de diversas investigações, incluindo a apuração do assassinato de Vinícius Gritzbach, ocorrido em 8 de novembro no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
As investigações revelaram um esquema envolvendo vazamento de informações sigilosas, manipulação de investigações, venda de proteção a integrantes da facção criminosa e corrupção para facilitar a lavagem de dinheiro.
A operação mobilizou 130 policiais federais e promotores, que cumprem oito mandados de prisão e 13 de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Bragança, Igaratá e Ubatuba.
Os policiais civis que são alvo da operação da Polícia Federal e do Ministério Público receberam R$ 11 milhões em propina, segundo denúncia do delator Vinícius Gritzbach feita à Corregedoria da corporação. Gritzbach foi fuzilado no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, no início de novembro, oito dias depois de denunciar a conduta desses policiais à Corregedoria.
Os policiais denunciados pelo delator do PCC são o delegado Fábio Baena Martin e o investigador-chefe Eduardo Lopes Monteiro. Ambos atuavam no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e foram afastados das funções por causa das denúncias. Além de Baena e Monteiro, são alvo da operação os policiais civis Rogério de Almeida Felício, o Rogerinho, e Ronald Martins.
A denominação da operação vem do termo em latim que significa silencioso ou não dito. É uma alusão à forma de atuar da organização criminosa.