Perícia encontra Arsênio em sangue de sobreviventes e de uma das vítimas que comeram bolo em Torres

Elemento químico é usado para produzir arsênico, um dos venenos mais fortes que existem

Os resultados das primeiras análises laboratoriais, coletadas pelo Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, indicaram presença de arsênio no sangue de uma das vítimas e dos dois sobreviventes que comeram o bolo em uma confraternização familiar em Torres, no Litoral Norte do RS.

 A substância é extremamente tóxica e pode levar à morte. A informação foi confirmada pelo delegado Marcos Vinícius Veloso, que conduz as investigações.

Foram analisados o sangue da mulher que preparou o bolo, do sobrinho-neto dela – uma criança de 10 anos – e de Neuza Denize Silva dos Anjos, que morreu. Tia e sobrinho permanecem hospitalizados e estão “clinicamente estáveis”, conforme boletim médico divulgado na manhã desta sexta-feira (27).

De acordo com o delegado Marcos Vinícius Veloso, a maior concentração do veneno foi encontrada no sangue da mulher que fez o bolo. A polícia apura as hipóteses de envenenamento ou intoxicação alimentar. 

De acordo com a Polícia Civil, na última segunda-feira (23), sete pessoas da mesma família estavam reunidas durante um café da tarde, quando seis delas começaram a passar mal. A mulher que preparou o alimento, em Arroio do Sal e levou para Torres, o consumiu e é uma das hospitalizadas.

Três óbitos foram confirmados após o consumo do bolo. As vítimas foram identificadas como Maida Berenice Flores da Silva, de 58 anos, Tatiana Denize Silva dos Santos, de 43, e Neusa Denise da Silva dos Anjos, de 65. 

Segundo o Hospital Nossa Senhora dos Navegantes de Torres, Maida e Tatiana tiveram parada cardiorrespiratória. Neusa teve como causa da morte “choque pós intoxicação alimentar”.  

Os corpos das vítimas fatais foram encaminhados para necropsia no Instituto Geral de Perícias (IGP), órgão responsável por atestar a causa da morte. Resultados devem ser divulgados na próxima semana. 

O ex-marido da mulher que fez o bolo morreu em setembro por intoxicação alimentar. Na época, a morte foi dada como natural e não foi investigada pela polícia. Agora, entretanto, a polícia abriu inquérito sobre o caso e pediu a exumação do corpo. 

— Como tivemos ciência hoje desse fato, instauramos um inquérito policial e vamos exumar o corpo deste senhor para verificar se houve envenenamento também — disse o delegado Marcos Vinícius Veloso. 

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