PF vê crime de filho de ditador da Guiné na compra de bens de luxo; Lula escapou de punição depois de denúncias do MP em 2021

Polícia indiciou e MPF denunciou Teodoro Obiang Mangue, filho do ditador de Guiné Equatorial, por lavagem de dinheiro

A Polícia Federal indiciou o vice-presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Mangue, por lavagem de dinheiro no Brasil pela compra de um apartamento em São Paulo e por tentar entrar no país com cerca de US$ 16 milhões em dinheiro e bens de luxo.

Teodoro Obiang Mangue foi indiciado

Já a ação penal contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em caso da corrupção desenfreada na Guiné Equatorial foi trancada pelo TRF-3 em 2021.

O agora presidente do Brasil era acusado de lavagem de dinheiro e ligações suspeitas em Guiné Equatorial, na África.

Lula e Obiang em um encontro na Guiné Equatorial, em 2010[fotografo]Ricardo Stuckert / Arquivo PR[/fotografo]

O TRF-3, Tribunal Regional Federal da 3ª Região, trancou em agosto de 2021,  uma ação penal contra o presidente Lula que tramitava em São Paulo. Esse processo foi aberto em 2018 em meio  às investigações da Lava Jato e contava com o empresário Rodolfo Giannetti como réu.

O ex-presidente do Brasil era acusado de lavagem de dinheiro por meio de doações feitas ao Instituto Lula pela empreiteira ARG, que tinha ligações em Guiné Equatorial, na África. 

A suspensão da ação foi feita pelos juízes da Quinta Turma da corte regional. A decisão foi tomada após a liminar já ter sido determinada em julho, pelo magistrado Paulo Gustavo Fontes, depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) ampliou os ataques às investigações da Lava Jato. 

O agora ministro do STF, Cristiano Zanin, afirmou na época, que essa acusação estava embasada nos desdobramentos da Lava Jato paranaense, então comandada pelo atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR) Sérgio Moro, em 2016 e que ademais,  Moro foi declarado suspeito para atuar no caso petista pelo STF. Zanin conseguiu a vitória, apesar das provas apresentadaspelo MP.

Provas contra Lula

Em contato com o ex-ministro Miguel Jorge, o agora novamente presidente teria dito, através de mensagens ao ministro, que gostaria de “falar com a ARG sobre o trabalho deles em Guiné Equatorial” e que Rodolfo Geo havia prometido uma “contribuição financeira bastante importante” à entidade.

Após essa conversa com o ministro, Lula escreve uma carta ao presidente Teodoro Obiang meses depois “através do amigo Rodolfo Geo, que gentilmente se fez de portador” assegurando que a ARG é uma “empresa que já desde 2007 se familiarizou com a Guiné Equatorial, destacando-se na construção de estradas”.

Além disso, a empresa ARG doou R$ 1 milhão ao instituto, em 2012.

Na Guiné Equatorial há quatro empresas brasileiras com grande atuação: ARG, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e OAS. A Odebrecht entrou no país após a visita de Lula ao país, sendo favorita para obras na parte continental de lá.

Marcelo Odebrecht disse que mantinha repasses de dinheiro, Para o PT e em contas criadas por ele no sistema em que apelidou Lula de Amigo do Meu Pai

Marcelo Odebrecht relatou em depoimento ao então juiz e atual senador Sergio Moro como teria sido feito o repasse de R$ 300 milhões da sua empreiteira (hoje Novonor) para o PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As declarações foram dadas em 10 de abril de 2017 durante a operação Lava Jato.

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