Operação mira policiais militares ligados ao PCC apontados também por vazar informações sigilosas para quadrilha
A Polícia Militar do Estado de São Paulo prendeu nesta quinta-feira (16) um cabo da Polícia Militar da ativa apontado por ter executado a tiros Vinícius Gritzbach, delator do PCC no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, no ano passado.
Gritzbach mantinha esquemas de lavagem de dinheiro para a facção criminosa.
Em delação premiada assinada com o Ministério Público, Gritzbach forneceu o nome de pessoas ligadas ao PCC e acusou policiais de corrupção.
O cabo que teria atirado contra o delator e outras 12 pessoas foram presas na Operação Prodotes, deflagrada para desarticular o envolvimento de PMs com narcotraficantes ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital). Outros dois agentes também têm mandados de prisão e são procurados.
A prisão do executor de Gritzbach é parte de uma operação que mira policiais militares suspeitos de vazar informações sigilosas para favorecer criminosos da quadrilha. O cabo foi identificado por serviço de identificação facial.
O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, disse que as prisões mostram que a corporação não admite desvios de conduta.
“Nada vai ficar sem a devida resposta. A operação de hoje mostra que a Polícia Militar não admite desvios de conduta. Estamos atacando o crime organizado em diferentes frentes”, disse.
Segundo a Corregedoria, informações estratégicas eram vazadas e vendidas por policiais militares da ativa e da reserva.
Um dos beneficiados era Gritzbach, que usava PMs em sua escolta privada, caracterizando a integração de agentes à organização criminosa.
A investigação começou após uma denúncia anônima recebida em março do ano passado sobre vazamentos de informações sigilosas que favoreciam criminosos ligados à facção. O objetivo era evitar prisões e prejuízos financeiros do grupo criminoso.
O delator executado era réu pelos assassinatos de dois homens: Anselmo Becheli Santa Fausta, 38, o Cara Preta, criminoso influente no PCC, além do motorista de Cara Preta, Antônio Corona Neto, 33, o Sem Sangue. A dupla foi morta a tiros em dezembro de 2021 no Tatuapé, zona leste de São Paulo. Noé Alves Schaum, 42, acusado de ser o executor do crime, foi assassinado em janeiro de 2022, no mesmo bairro.