Voo com os deportados estava previsto para pousar no Aeroporto de Confins, na Grande Belo Horizonte
A Polícia Federal comunicou ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, que os brasileiros deportados vindos dos Estados Unidos, nessa sexta-feira (24/1), viajaram algemados. Eles foram liberados pela Polícia Federal (PF) brasileira ao chegarem a Manaus e tiveram acesso a comida e banheiros.
Para o Ministério da Justiça, houve “flagrante desrespeito aos direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros”.
O órgão informou que trabalha para completar a viagem dos deportados com “dignidade e segurança”.
Os deportados deste primeiro voo não foram presos na gestão de Trump. Eles haviam sido retirados das ruas ainda na gestão do ex-presidente Joe Biden, que deixou o cargo na última segunda-feira (20/1). Neste ano, já houve outro voo que pousou no Brasil com pessoas deportadas dos Estados Unidos. Isso aconteceu no último dia 10, ainda na gestão de Biden. Havia 100 pessoas a bordo.
A PF informou que proibiu que os brasileiros fossem novamente detidos pelas autoridades americanas. “Os passageiros foram acolhidos e acomodados na área restrita do aeroporto. No local, receberam bebida, comida, colchões e foram disponibilizados banheiros com chuveiros”, informa a Polícia Federal.
Na viagem para o destino final programado, que é o Aeroporto de Confins, o governo brasileiro diz que os deportados “serão acompanhados e protegidos pelos militares da FAB e policiais federais brasileiros”.
Sinval de Oliveira, de 51 anos, é um dos brasileiros deportados dos Estados Unidos da era Trump.
Sinval chegou ao Brasil nessa sexta-feira e contou que foi deportado depois de 35 anos morando no país.
“Morava no Estados Unidos há 35 anos e chegamos aqui com esse incidente. Rapidamente, recebemos toda a assistência e tenho só a agradecer a todos da equipe do Corpo de Bombeiros e de Direitos Humanos”, disse Sinval de Oliveira.
Aeronave com deportados dos EUA pousaria na noite desta sexta no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins (MG), mas teve que parar para reabastecer no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus. Lá, foram constatados problemas técnicos na aeronave.
Entre os 158 passageiros de várias nacionalidades, 88 são brasileiros, segundo relatos de fontes do Itamaraty ao Metrópoles. Quatro deles já teriam saído do grupo em solo brasileiro, segundo a PF.