Hospital Ana Nery, no Rio Grande do Sul, contratou Cliver Fiegenbaum que cobrava 6% do valor das emendas captadas
Sete parlamentares enviaram emendas ao hospital Ana Nery após a contratação de um lobista para intermediar a captação de emendas no Congresso Nacional.
O lobista foi identificado como Cliver Fiegenbaum, que cobrava 6% do hospital sobre o valor da verba pública.
As investigações mostram que documentos coletados pela Polícia Federal (PF) indicam que, em dezembro de 2022, o hospital contratou Cliver Fiegenbaum.
Em notas fiscais, consta que o objetivo era “captação de recursos através de indicações de emendas parlamentares”.
As emendas estão no centro da Operação Emendafest, que cumpriu mandados de busca e apreensão nestaa quinta (13).
A PF espera avançar na apuração sobre desvios envolvendo as emendas parlamentares com obtençãode provas.
Por enquanto, não há parlamentares investigados.
O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirma na decisão que autorizou as buscas, e que é necessário apurar “quem foram todos os autores das emendas, além do deputado citado”.
O deputado citado é Afonso Motta (PDT-RS), cujo assessor Lino Furtado foi um dos alvos de busca e apreensão da PF. A corporação está investigando R$ 1 milhão em repasses do deputado.
Furtado aparece em conversas com Cliver Fiegenbaum que indicam, segundo a PF, o pagamento de propina para a liberação de emendas ao hospital Ana Nery.
O Portal Transparência do governo federal mostra que outros cinco deputados e dois senadores também empenharam valores de emendas para o hospital depois da contratação do lobista.
Veja lista:
- senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) – R$ 400.000
- senador Paulo Paim (PT-RS) – R$ 100 mil
- deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS) – R$ 380.000
- deputada Maria do Rosário (PT-RS) – R$ 200.000
- deputado Afonso Motta (PDT-RS) – R$ 199.995
- deputado Bohn Gass (PT-RS) – R$ 137.627
- deputado Bibo Nunes (PL-RS) – R$ 128.441
O senador Hamilton Mourão (PRTB) disse que não está “envolvido em nada” e que só repassa recurso em contato direto com as prefeituras ou, no caso de hospitais, com a diretoria. “Enfatizo que não recebo intermediários” finalizou.
O senador Paulo Paim (PT) disse que não recebe “lobistas”, além de sempre adotar o critério de repassar as emendas aos fundos das prefeituras, para que elas façam a destinação da verba.
A deputada Maria do Rosário ( PT) afirma que o pedido da emenda veio da bancada do PT de Santa Cruz e da comunidade, e que não tem relação com nenhum funcionário do hospital Ana Nery.
O deputado Bibo Nunes (PL) disse que enviou o dinheiro para o hospital depois de ter recebido uma visita, que não se lembra de quem foi. Segundo o deputado, ele não recebe intermediários.
Os demais ainda não se pronunciaram.
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