Espancados, acorrentados e forçados a desfilar sob o sol escaldante, elefantes são explorados em festivais na Índia
Três homens morreram no Templo de Koyilandi, em Kerala, na Índia, depois que elefantes aprisionados reagiram contra anos de abusos incessantes. A tragédia, que aconteceu durante um festival religioso, expõe a crueldade sistêmica por trás da exploração de elefantes para entretenimento humano.
Os elefantes, arrancados de seus habitats naturais e “alugados” para festivais, são submetidos a torturas. Eles são espancados, acorrentados com correntes pesadas, privados de alimentação adequada e forçados a se apresentar sob o sol escaldante. Além disso, as multidões e os fogos de artifício dos festivais também assustam os elefantes, que tentam fugir.
Sangita Iyer, fundadora da ONG Voices for Asian Elephants, não poupou críticas ao sistema que perpetua essa violência. “O ciclo vicioso de abuso e morte continua. É muito triste que esses mahouts (tratadores de elefantes) tenham morrido; deve ser muito difícil para suas famílias. Está claro que as pessoas não estão seguras perto de elefantes cativos que são forçados a sofrer abusos inimagináveis no calor! Eles são animais imprevisíveis”, afirmou ela.
A exploração de elefantes em festivais religiosos e eventos culturais na Índia é uma prática ienraizada, mas que tem sido questionada no últimos anos. Esses animais majestosos, conhecidos por sua inteligência e sensibilidade, são reduzidos a meros objetos de entretenimento, privados de sua liberdade e dignidade.
Organizações que lutam pelos direitos animais já criaram substitutos para acabar com esse tipo de exploração. A PETA e a própria Voices for Asian Elephants doaram elefantes robóticos para templos indianos, demonstrando como eles podem substituir os reais, acabando com a crueldade contra os animais e os riscos para humanos.
Em um dos desfiles com elefantes robóticos, um vendedor e religioso local afirmou que não conseguia acreditar que aquele era um robô e disse que Ganesha, o deus com cabeça de elefante representado nos festivais, não ficaria feliz com a exploração. “O Senhor Ganesha gostaria que elefantes fossem espancados, separados de suas manadas, obrigados a realizar rituais e ficar em pé o dia todo?”, questionou Aravind, ao Rest of World. “Acho que as pessoas que são contra isso não se importam com o bem-estar animal… E isso também é menos perigoso. Não vai matar ninguém.”
“Elefantes pertencem à natureza, não a instituições religiosas ou quintais das pessoas. Sério! Quando vão aprender?”, questiona Sangita.
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