Apoiadores do ex-presidente se concentraram na orla de Copacabana para manifestação em prol de anistia para os condenados do 8 de Janeiro
Neste domingo (16), sob um sol escaldante, uma multidão se reuniu na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, para participar de um ato em defesa da anistia aos condenados pelos eventos de 8 de janeiro.
O protesto contou com milhares de pessoas vestindo as cores da bandeira nacional, e teve como ponto alto a entoação do Hino Nacional Brasileiro.
A Polícia Militar do Rio de Janeiro disse que o ato reuniu 400 mil pessoas.
Além do ex-presidente, participaram o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, o de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o de Santa Catarina, Jorginho Mello, e o de Mato Grosso, Mauro Mendes. Também estiveram presentes os senadores Flávio Bolsonaro e Magno Malta, o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, o pastor Silas Malafaia, coordenador do evento, entre outros.
O ex-presidente Bolsonaro pediu anistia para os presos pelos atos golpistas, criticou a gestão do presidente Lula e fazendo comparações com o seu governo.
“Eu jamais esperava um dia estar lutando por anistia de pessoas de bem, de pessoas que não cometeram nenhum ato de maldade, que não tinham intenção, e nem poder pra fazer aquilo que estão sendo acusados”, disse o ex-presidente. Ele mencionou o nome de algumas das mulheres condenadas e questionou os crimes imputados a elas. “Quem foi a liderança dessas pessoas? Não tiveram. Foram atraídas pra uma armadilha.” Bolsonaro disse que, se deram 17 anos de pena para “pessoas humildes”, é para justificar uma pena de 28 anos para ele.
Bolsonaro disse que não tem obsessão pelo poder, mas, sim, amor pelo Brasil. Ele também ressaltou que não vai sair do país. Ele criticou o governo Lula, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e contestou pontos da denúncia feita pela PGR.
“Não vou sair do Brasil. A minha vida estaria muito mais tranquila, se eu tivesse do lado deles”, afirmou.
Ao defender a aprovação da anistia no Congresso, ele disse tinha um “velho problema” com Gilberto Kassab, presidente do PSD, que já foi resolvido e agora conta com o apoio do partido dele. “Ele está ao nosso lado com a sua bancada para provar a anistia em Brasília. Todos os partidos estão vindo.”
O ex-presidente disse que ninguém engole a história da tentativa de golpe, que, segundo a denúncia, começou em julho de 2021 e terminou em 8 de janeiro de 2023.
“E só não foi perfeita esta historinha de golpe para eles porque eu estava no Estados Unidos [no 8 de janeiro]. Se eu estivesse aqui, estaria preso até hoje ou quem sabe morto por eles. Eu vou ser um problema para eles, preso ou morto.”
Ele criticou as investigações sobre a tentativa de golpe e também fez críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que, para Bolsonaro, teria prejudicado as eleições. “Não queriam que a gente continuasse e houve, sim, mão pesada do Alexandre Moraes, por ocasião das eleições de 22. Por exemplo, segundo decisão dele, eu não podia mostrar a imagem do Lula defendendo o aborto. Eu não podia botar imagem do Lula defendendo ladrão de celular, dizendo que isso era para tomar uma cervejinha.”
O ex-presidente citou outros exemplos de restrições e disse que Moraes fez campanha para eleitores com 16 e 17 anos tirarem o título de eleitor, faixa etária que Bolsonaro percebe com tendência a votar na esquerda. “Mais de 4 milhões de votos aí e pelo menos 2 milhões pro outro lado. Nos foi retirado 1 milhão e meio de inserções de rádio, por ocasião das eleições.”
Bolsonaro também falou sobre as eleições de 2026 e fez um apelo aos seus apoiadores: “Peço a vocês, que por ocasião das eleições do ano que vem: me deem 50% da Câmera e 50% do Senado que eu mudo o destino do nosso Brasil. Tenho certeza. E deixo claro aqui: esse 50% aqui – Mauro Mendes e Tarcísio – não é PL não. Tem gente boa em todos os partidos.”
O deputado Nicolas Ferreira criticou o STF e o Ministério Público Federal. “Nós temos um Ministério Público Federal que ao invés de estar combatendo o crime organizado, corrupção, lavagem de dinheiro, está preocupado porque o Bolsonaro falou que toda mulher petista é feia”, disse no ato.
