Ministro tem 58% de rejeição e presidente do BC, de apenas 8%, segundo gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão de 106 fundos do mercado financeiro
O levantamento da Genial/Quaest divulgado nesta quarta-feira (19) mostra que agentes do mercado financeiro desaprovam a gestão do presidente Lula.
A divulgação ocorre no mesmo dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, divulgará a atualização da taxa básica de juros que deve subir dos atuais 13,25% para 14,25%.
A pesquisa também mostra que piorou a avaliação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e que eles avaliam como “positivo” o comando de Gabriel Galípolo no Banco Central (BC).

Segundo a pesquisa, Lula tem avaliação negativa de 88%, Haddad de 58% e Galípolo de apenas 8%.
Foram ouvidos 106 fundos de investimentos com sede em SP e no RJ, por meio de questionários online, entre os dias 12 e 17 de março. Integram os entrevistados gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão do mercado financeiro.
A margem de erro é de 3,4 pontos percentuais para mais ou para menos. O levantamento foi encomendado pela Genial Investimentos.
Sobre a avaliação do governo Lula, 88% dos entrevistados avaliam como negativo, 8% como regular e outros 4% o consideram positivo.
Veja os números comparativos com pesquisa anterior:
- Negativo: 88% (eram 90% em dezembro de 2024)
- Positivo: 4% (eram 3%)
- Regular: 8% (eram 7%)
A Quaest questionou os entrevistados do mercado financeiro sobre os principais motivos para a queda de popularidade do presidente Lula. Entre fatores “muito importantes”, eles responderam alta nos preços dos alimentos (64%), equívocos na política econômica (56%), aumento dos impostos (41%) e violência urbana e insegurança (36%).
Entre temas “pouco importantes” para a queda de popularidade, os representantes do mercado colocam enfrentamento do agronegócio e outros (79%), não entregar o que prometeu (60%) e erros de comunicação (56%).
“A explicação para essa avaliação tão negativa do governo está na percepção generalizada no mercado que a política econômica do país está indo na direção errada: apenas 7% defendem a política econômica atual”, diz Felipe Nunes, diretor da Quaest.
Avaliação de Haddad também fica negativa
O humor do mercado mudou em relação ao trabalho do ministro Fernando Haddad (PT) desde a última pesquisa, realizada em dezembro de 2024. Agora, a avaliação negativa é de 58% (eram 24%), enquanto a positiva é de 10% (eram 41%).
Os gestores e representantes do mercado que consideram o trabalho de Haddad regular são 32% (eram 35% em dezembro).
Veja os números comparativos com a pesquisa anterior:
- Negativo: 58% (eram 24% em dezembro)
- Regular: 32%( eram 35%)
- Positivo: 10% (eram 41%)
A Genial/Quaest questionou se os entrevistados consideram que a força do ministro está maior, igual ou menor. Para 85%, a força de Haddad dentro do governo Lula é “menor” (eram 61% em dezembro de 2024), 14% consideram “igual” (eram 35%) e 1% avalia como “maior” (eram 4%).
Avaliação positiva de Galípolo no BC
Os gestores do mercado financeiro foram questionados sobre como avaliam a atuação do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que tomou posse em outubro de 2024 na vaga então ocupada por Roberto Campos Neto. Para 45% dos entrevistados, a avaliação é positiva; 41% consideram regular, 8% definem como negativa e outros 6% responderam que “não sabiam”.
Veja os números:
- Positiva: 45%;
- Regular: 41%;
- Negativa: 8%;
- Não sei: 6%.
A maior parte dos entrevistados consideram que “é muito cedo para avaliar” as decisões tomadas por Galípolo, já 38% definem as escolhas como “técnicas” e 5% como “políticas”.
Sobre a expectativa com Galípolo à frente do BC, 20% consideram que a gestão tem sido “melhor”, 49% veem como “igual” à de Campos Neto, 3% como “pior” e 28% respondeu que “é muito cedo para avaliar”.
Os representantes do mercado financeiro consideram em sua maioria (93%) que a política econômica do país está na direção errada (eram 96% em dezembro), enquanto 7% consideram que está na direção certa (eram 4%).

