Comitê de Política Monetária do Banco Central aumentou a taxa Selic em 0,5 ponto percentual
Em decisão unânime nesta quarta-feira (7), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, alcançando 14,75% ao ano. Esse é o maior nível desde agosto de 2006, marcando a sexta alta consecutiva no atual ciclo de aperto monetário. A medida visa conter a inflação persistente, que acumula 5,49% nos últimos 12 meses, acima da meta de 3% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional .
O Copom justificou a elevação dos juros como necessária diante das pressões inflacionárias, especialmente nos preços de alimentos e energia, e das incertezas no cenário econômico global. O comunicado da reunião destacou que o ambiente atual demanda uma política monetária “significativamente contracionista por um período prolongado” para garantir a convergência da inflação à meta.
Apesar do aumento, o comitê não forneceu sinalizações claras sobre os próximos passos, adotando uma postura de cautela. O texto enfatizou que o cenário de elevada incerteza e o estágio avançado do ciclo de ajuste exigem flexibilidade para incorporar dados que impactem a dinâmica da inflação.
Analistas do mercado financeiro interpretam a decisão como uma indicação de que o Banco Central poderá manter a Selic no patamar atual nas próximas reuniões, dependendo da evolução dos indicadores econômicos. A expectativa é de que a taxa permaneça elevada pelos próximos meses, com possíveis reduções apenas no final do ano, caso haja uma desaceleração consistente da inflação.
A elevação da Selic também tem implicações significativas para a economia real. O aumento dos juros encarece o crédito para consumidores e empresas, podendo frear o consumo e os investimentos. Além disso, o custo da dívida pública tende a aumentar, com projeções indicando que os gastos com juros podem ultrapassar R$ 1 trilhão em 12 meses, pressionando ainda mais as contas públicas
A próxima reunião do Copom está prevista para os dias 17 e 18 de junho. Até lá, o comitê continuará monitorando atentamente os indicadores econômicos e as condições do mercado para definir os próximos passos da política monetária.

