Ex-secretário do DF é preso depois de nove meses de esconde-esconde

Sabe aquele ditado “quem não deve não teme”? Pois é, parece que o ex-secretário-adjunto de Transportes do DF, Júlio Luís Urnau, não ouviu falar. Depois de nove meses fazendo cosplay de fugitivo, ele foi finalmente capturado nesta sexta-feira (16) em uma operação conjunta da PMDF com a PMGO — um verdadeiro “crossover” das polícias.

Urnau, que brilhou (negativamente) na gestão do ex-governador José Roberto Arruda entre 2007 e 2010, estava na lista dos mais procurados da Justiça desde agosto de 2024. O motivo? Um combo nada leve de corrupção e lavagem de dinheiro. O caso vem lá de 2011, quando a Polícia Civil do DF deflagrou uma operação para investigar um esquema de propina gourmetizado nas licitações da Secretaria de Transportes, sob o comando de Alberto Fraga (DEM) à época.

Segundo o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), Urnau e mais quatro comparsas estavam cobrando aquele famoso “cafezinho” (leia-se propina) de representantes de cooperativas de transporte. O pagamento seria para garantir contratos, execução de serviços e até dar aquela ajeitadinha nos itinerários — porque, claro, mobilidade urbana só funciona com incentivo financeiro extra, não é?

E como todo bom roteiro de crime político, não podia faltar a cereja do bolo: empresas de fachada, laranjas e carros de luxo. Urnau e o colega de tramoias, José Geraldo de Oliveira Melo, foram acusados de usar firmas fantasmas para lavar dinheiro e esconder o esquema. Já os outros três acusados? Cumpriam o nobre papel de testas de ferro — basicamente, viraram sócios VIPs de bens que não podiam pagar nem com 30 boletos parcelados.

O ex-secretário chegou a se apresentar voluntariamente à Polícia Civil em outubro de 2011. Na ocasião, jurou de pés juntos que não tinha nada a ver com o esquema, e foi liberado alguns dias depois. Mas como dizem os filósofos do Twitter: “a verdade tarda, mas quando chega, vem de algema”.

O Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) não achou a história tão convincente e condenou Urnau a 20 anos de prisão por concussão — aquele crime bonito que consiste em exigir vantagem indevida, com ou sem jeitinho, em razão do cargo público.

Com a casa finalmente caindo, Urnau foi levado para a 5ª Delegacia de Polícia, ali na área central. Agora, está à disposição da Justiça. E pelo visto, vai passar um bom tempo sem precisar se preocupar com itinerário de ônibus — até porque o dele agora é só da cela pro banho de sol.


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *