Marcos Roberto de Almeida, o ‘Tuta’, é apontado como principal sucessor de Marcos Willians Herbas Camacho
Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, foi preso na sexta-feira, 16 de maio de 2025, em Santa Cruz de la Sierra, Bolívia, durante uma operação conjunta da Polícia Federal brasileira, da Fuerza Especial de Lucha contra el Crimen (FELCC) boliviana e da Interpol. Ele estava foragido desde 2020 e foi detido ao apresentar um documento falso em nome de Maicon da Silva em uma unidade policial boliviana.
Ascensão no PCC
Após a transferência de líderes do PCC para presídios federais em 2019, Tuta assumiu a liderança das operações da facção fora do sistema prisional, sendo apontado como substituto de Marcola. Com uma “mente empresarial”, ele coordenava o tráfico internacional de drogas e elaborava planos de fuga para lideranças presas.
Vida dupla
Entre 2018 e 2019, Tuta trabalhou como adido comercial no Consulado de Moçambique em Minas Gerais, recebendo salário de R$ 10 mil. O ex-cônsul-honorário da República de Moçambique em Minas Gerais, Deusdete Januário Gonçalves, descreveu-o como “um homem de grande idoneidade”. Durante esse período, Tuta levava uma vida de luxo, incluindo voos em jatinhos e imóveis de alto padrão.
Queda e expulsão do PCC

Em 2022, Tuta foi expulso do PCC por enriquecer às custas da organização. Há suspeitas de que ele tenha sido sequestrado e morto pelo “tribunal do crime” da facção. Oficialmente, ele é considerado foragido, com indícios de que estivesse na Bolívia.
Condenação e desdobramentos
Além de Tuta, outros membros do PCC foram condenados por associação criminosa e lavagem de dinheiro, com penas variando entre 12 anos e 16 anos e 11 meses. A Operação Sharks revelou que o grupo utilizava doleiros e redes de comunicação criptografadas para movimentar os recursos ilícitos.
Prisão na Bolívia
A prisão de Tuta ocorreu quando ele tentou renovar sua identidade boliviana usando um documento falso do Brasil. As autoridades bolivianas detectaram a falsidade e acionaram a Interpol e o oficial de ligação da Polícia Federal em Santa Cruz de la Sierra. A identidade de Tuta foi confirmada por meio de biometria.
Próximos passos
Neste domingo, 18 de maio, está prevista uma audiência judicial na Bolívia para decidir se Tuta será expulso imediatamente ou responderá por uso de documento falso no país. O Brasil e a Bolívia possuem um tratado de extradição desde 1942, o que pode facilitar o retorno de Tuta ao Brasil para cumprir sua pena.
A prisão de Tuta representa um golpe significativo para o PCC, mas autoridades alertam que outras lideranças da facção ainda estão em liberdade.

