Marina Silva gera barraco no Senado; “Se ponha no seu lugar” retrucou presidente de Comissão

Debate era sobre questões climáticas, mas terminou em discussão entre Marina Silva e senadores. Depois de discutir ministra de Lula abandonou audiência

A ministra do Meio-Ambiente, Marina Silva, discutiu com os senadores Omar Aziz (PSD) e Marcos Rogério (PL-RO) durante audiência realizada na Comissão de Infraestrutura do Senado na qual se discutiu a criação da unidade de conservação marinha na Margem Equatorial.
Durante embate com o senador Omar Aziz, Marina foi criticada por não aceitar a flexibilização de normas ambientais. Na semana passada, o Senado aprovou a flexibilização do licenciamento ambiental em todo o país. Ambientalistas criticaram o projeto por ser, na visão deles, abriu margens para se ignorar a legislação ambiental no país.

“A culpa dessa lei do licenciamento aprovado é da senhora”, disse Aziz, citando o radicalismo de Marina para qualquer tipo de mudança que pudesse facilitar a realização de obras de infraestrutura no país

“Cada um que votou aqui que assuma a sua responsabilidade”, respondeu a ministra.

Depois do embate, o senador Marcos Rogério tentou apaziguar os ânimos. Mas, no final, ele também foi envolvido no bate-boca com a ministra de Lula.

“Essa é a educação da ministra Marina Silva”, ironizou Rogério.

Marina, depois, respondeu.

“Eu tenho educação. Se eu fosse uma mulher submissa [eu ficaria calada], mas eu não sou. Eu vou falar”.

O deputado, então, retrucou.

“Sexismo agora ministra, …. Me respeite ministra, se ponha no seu lugar”.

“O senhor precisa me respeitar”, declarou Marina.

Depois dessa intervenção, outros senadores como Eliziane Gama (PSD-MA) reagiram.

“O que é isso, presidente?”, disse ela em referência ao senador Marcos Rogério.

A declaração de Marcos Rogério ocorreu durante audiência do colegiado com a ministra, quando Marina e o senador Omar Aziz (PSD-AM) discutiam sobre obras da BR-319.

“Ministra, depois faça uma reunião lá da equipe do governo e faça esse debate. Vamos seguir o debate da reunião”, começou o senador Marcos Rogério.

“Fique tranquilo, é um governo de frente ampla, para enfrentar a ditadura com a qual o senhor não se importou”, afirmou a ministra, apontando o dedo ao presidente da comissão.

Rogério, em seguida, responde: “Essa é a educação da ministra Marina Silva. Ela aponta o dedo. Não vou me intimidar, não”. E a ministra rebate: “O senhor gostaria é que eu fosse uma mulher submissa, eu não sou”.

“Agora sexismo, ministra? Me respeite”, rebateu o senador. “Eu tô lhe respeitando, o senhor é que tem que me tratar com educação”, disse Marina. Marcos Rogério retrucou: “Me respeite, se ponha no seu lugar”.

Depois, em um novo bate-boca, a ministra abandonou a comissão por se sentir desrespeitada. Ela deixou o colegiado após o senador Plínio Valério (PSDB-AM) provocá-la afirmando que Marina não merecia respeito como ministra, mas apenas como mulher.

Após ela se retirar, o presidente do colegiado Marcos Rogério (PL-RO) anunciou que, na próxima sessão da comissão, será pautada a convocação da ministra. Ou seja: ela será obrigada a comparecer.

Assista ao vídeo:


Um comentário

  1. É uma vergonha que este site tenha a coragem de colocar um título tão chulo no texto que presta um desserviço a sociedade, propagando misoginia. Quem foi o(a) autor(a) deste texto? Como é possível que tenham a coragem de acusar a MINISTRA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E MUDANÇA CLIMÁTICA MARINA SILVA de fazer barraco no Senado e não condenar a atitude misógina do senador Marcos Rogério ao afirmar que ela tinha de “se colocar no seu lugar”. O que ela respondeu e vocês não tiveram de divulgar:
    “O meu lugar é o lugar da defesa da democracia, o meu lugar é o lugar da defesa do meio ambiente, do combate à desigualdade, do desenvolvimento sustentável, da proteção da biodiversidade, de projetos de infraestrutura necessários ao país”.
    A democracia exige respeito e civilidade, atitudes que Marcos Rogério (PL-RO) e Omar Aziz (PSD-AM) desconhecem mas nós sabemos o que está por trás de toda esta agressão, os absurdos do projeto de lei 2.159, que altera as regras de licenciamento ambiental, aprovado pelo Senado na quarta-feira (21/5) que tratorou, ao mesmo tempo, a Constituição Federal, a ciência e acordos internacionais:
    “Me acusam de impedir o desenvolvimento do país ao ser contra a destruição da Lei Geral do Licenciamento Ambiental, conforme proposto no PL 2.159/2021. A lei é um instrumento importante para a proteção dos nossos biomas e para o combate à mudança do clima.
    Não sou contra atualização de nenhuma lei, nem dessa. Mas precisamos debater com profundidade e qualidade para não usar a necessidade de atualização como desculpa para se acabar com regramentos ambientais essenciais para o país e que, inclusive, asseguram nosso prestígio como produtores de alimentos e balizam vários acordos comerciais”.

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