Presidente da Câmara critica aumento de impostos e sinaliza possível revogação do decreto que eleva o IOF
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), manifestou publicamente sua insatisfação com o recente decreto do governo federal que aumenta a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em determinadas transações de crédito. Em declarações feitas no início de fevereiro, Motta afirmou que “aumentar impostos é empobrecer o país” e que o Estado deveria priorizar a redução de gastos em vez de sobrecarregar contribuintes e empresas.
A medida do governo, que visa incrementar a arrecadação para financiar programas sociais e equilibrar as contas públicas, enfrenta resistência no Congresso Nacional. Motta, que assumiu a presidência da Câmara com apoio de uma ampla coalizão partidária, incluindo PL e PT, tem adotado um discurso de contenção fiscal e responsabilidade econômica. Ele argumenta que o aumento do IOF penaliza o setor produtivo e pode retardar a recuperação econômica.
A possibilidade de o Congresso derrubar o decreto presidencial que eleva o IOF está sendo considerada por líderes parlamentares. Motta sinalizou que, caso não haja diálogo com o Executivo para reavaliar a medida, a Câmara poderá votar um projeto de decreto legislativo (PDL) para sustar os efeitos do aumento. Essa iniciativa, se concretizada, representaria um revés significativo para o governo Lula, que busca ampliar a arrecadação sem comprometer a estabilidade política.
A tensão entre o Legislativo e o Executivo em torno do IOF ocorre em um contexto mais amplo de debates sobre a política fiscal do país. Motta tem se posicionado contra aumentos de tributos e defende que o governo busque alternativas para equilibrar o orçamento, como a revisão de despesas e a melhoria da eficiência na gestão pública.
Analistas políticos observam que a postura de Hugo Motta reflete uma tentativa de afirmar a independência da Câmara dos Deputados e de consolidar sua liderança como presidente da Casa. A ameaça de derrubar o decreto do IOF é vista como um teste de força entre o Legislativo e o Executivo, com possíveis implicações para a agenda econômica do governo e para o equilíbrio entre os Poderes.
Até o momento, o Palácio do Planalto não se pronunciou oficialmente sobre a possibilidade de revogação do decreto do IOF pelo Congresso. No entanto, interlocutores do governo indicam que há disposição para o diálogo com os líderes parlamentares a fim de evitar um confronto institucional e buscar soluções consensuais para os desafios fiscais do país.
A discussão sobre o IOF deve se intensificar nas próximas semanas, com a expectativa de que o governo e o Congresso encontrem um caminho que concilie a necessidade de arrecadação com a preservação do ambiente econômico e político.

