Onças matam égua no Lago Norte, área nobre de Brasília

Três onças seriam mãe e dois filhotes que usam a região rural como corredor ecológico

Uma égua morreu após ser atacada dentro de uma propriedade rural no Setor de Mansões do Lago Norte. Há também relatos de desaparecimento de outros animais supostamente após serem alvos de felinos de grande porte. A informação foi confirmada pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram).

Três onças pardas foram vistas nos últimos dias em uma Área de Preservação Ambiental (APA) entre as chácaras do Núcleo Rural Córrego do Urubu e do Núcleo Rural Olhos d’Água, na Região Administrativa do Lago Norte.

Segundo a gerente de fauna do Ibram, Marina Motta, as onças seriam uma mãe e dois filhotes, que estariam de passagem na região. “O trânsito de animais silvestres naquela região é esperado, pois são corredores ecológicos”.

A agente ambiental explicou que os moradores não precisam ter medo, caso avistem um dos animais. “Eles veem os humanos como predadores, não como presa. Então, as pessoas podem ficar tranquilas. Cachorros também não presas”, disse a bióloga.

Segundo Marina, a captura desses animais não é necessária, por serem espécies de vida livre. “A gente trabalha com captação quando há ameaça à vida humana”.

Ataque contra égua

A égua que morreu era do produtor rural Ozano da Costa, 65 anos. O idoso relatou que os ataques aconteceram nas noites de segunda (2) e terça-feira (3), e a égua, muito ferida, morreu na manhã dessa quarta (4) .

Égua teve parte do pescoço comida pelos felinos que a feriram também nas pernas e na cara

“A égua estava solta ali embaixo, foi arranhada e mordida no pescoço. Tentei cuidar dela sozinho, mas tinha estragado muito, aí acionei o Batalhão Ambiental”, explicou. Além da égua atacada, dois bezerros desapareceram da propriedade rural nos últimos dias.

Ozano mora há 10 anos no local e disse que nunca havia presenciado ataques de onça. Apesar disso, o homem disse que apenas seguirá as recomendações das autoridades ambientais para não perder outros animais.

Manuela Freitas Velho, 45 , e o seu filho, Davi Freitas, 13, moram no local há 40 anos. O adolescente viu os três animais andando no Córrego do Urubu, próximo à sua casa, no dia 29 de maio. “Antes de sair da chácara, mais ou menos às 7h, ele viu as três onças perto do córrego”, afirmou.

As onças foram vistas por Davi Freitas no sábado (31), na região do Núcleo Rural Córrego do Urubu. O adolescente conta que viu as três onças pulando o Córrego do Urubu.

Ele disse também que a Polícia orientou para os moradores não andarem sozinhos pela região.

Segundo Manuela, as galinhas da propriedade sumiram nos últimos dias. “Agora, estamos com receio das ovelhas e cachorros”, contou.

Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), moradores também relataram o desaparecimento de patos. De acordo com a Polícia Militar Ambiental, a carne do ser humano não é atrativa para as onças-pardas.

O Ibram verificou que as mordidas profundas e arranhões realmente eram de onças. Ao ir ao local, o Instituto instalou câmeras nas residências de Ozano e Manuela. Os equipamentos funcionam como armadilha fotográfica para tentar flagrar a presença dos animais, caso retornem.

De acordo com Marina, não é preciso entrar em pânico, mas é preciso tomar cuidados com crianças, animais de criação, como bodes, ovelhas, cavalos e vacas. “Não é recomendado deixar crianças andarem sozinhas e é bom deixar as luzes das casas acesas. Também é bom utilizar dispositivos sonoros, como vuvuzelas, para dispersar os animais, caso haja necessidade”, alertou.

Onça parda, susuarana ou puma é felino carnívoro

As onças pardas, também conhecidas como pumas ou suassunas, são consideradas o segundo maior mamífero das Américas. Elas costumam ter pelagem marrom e cinza e fazem parte da lista de animais em extinção.

Onça parda está em risco de extinção

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