Choro de Toffoli em julgamento é “orgasmo do mal”, diz senador sobre “censura” na Internet

Magno Malta disse que choro do ministro do STF foram “lágrimas de crocodilo”: “Estava se deliciando com a ditadura imposta”

O senador Magno Malta (PL-ES) classificou as lágrimas do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli, durante a conclusão do julgamento da Corte sobre a responsabilização das redes sociais, como “um orgasmo do mal” e “lágrimas de crocodilo”.

O parlamentar criticou a decisão do STF, que considerou parcialmente inconstitucional um trecho do artigo 19 do Marco Civil da Internet — ponto que tratava da responsabilização das plataformas. O placar foi de 8 votos a 3. Toffoli, relator do processo, se emocionou ao ler a tese vencedora.

Toffoli se emociona em julgamento que pode abrir margem para censura nas redes sociais, diz senador

“Choro de crocodilo, lágrima de crocodilo, de quem estava se deliciando com a ditadura imposta. Na cabeça do Toffoli, passava o seguinte: ‘Eles não vão falar do amigo do amigo do meu pai’. ‘Não vão falar mais do escritório da minha esposa’. ‘Não vão dizer que eu soltei o Zé Dirceu’. Ele teve um orgasmo de maldade, um orgasmo do mal quando chorou”, declarou Malta.

O senador ainda voltou a pedir o impeachment de ministros do STF, dizendo: “Minha pauta é: fora Xandão, fora STF. Vamos impeachment esses caras”.

As declarações foram feitas durante live, na tarde deste sábado (28), que funcionou como uma espécie de “esquenta” para o ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na Avenida Paulista, em São Paulo.

Aliados do ex-presidente se reunirão neste domingo na Avenida Paulista, em um ato em apoio a Bolsonaro. A manifestação ocorre em meio ao andamento da ação penal que investiga integrantes do antigo governo por uma suposta trama golpista para mantê-lo no poder.

Em abril de 2017, Marcelo Odebrecht disse em depoimento, filmado, ao então juiz Sérgio Moro que destinou milhões para o “amigo”, codinome referente ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Primeiro, ele cita o depósito de R$ 35 milhões; depois, fala em R$ 40 milhões. A conta, diz Odebrecht, era gerida pelo ex-ministro petista Antonio Palocci.

O que eu combinei com o Palocci foi o seguinte: essa é uma relação minha com a presidência do PT no Brasil. Então, eu disse: vai mudar o governo, vai entrar a Dilma [Rousseff]. Esse saldo passa a ser gerido por ela, a pedido dela. A gente sabia que ia ter demandas de Lula, a questão do instituto, para outras coisas. Então vamos pegar e provisionar uma parte desse saldo, aí botamos R$ 35 milhões no saldo ‘amigo’, que é Lula, para uso que fosse orientação de Lula“, afirmou o delator.

Toffoli também não se considerou suspeito em julgar a causa, mesmo constando nas investigações que Marcelo Odebrecht, o citou nominalmente como sendo o “Amigo do Amigo do Meu Pai” .

Toffoli ignorou que o pai de Marcelo Odebrecht também confessou os crimes. Além de afirmar que absolutamente todos os anos em que trabalhou na companhia foram regidos por essa política corrupta do toma-lá-dá-cá, Emílio Odebrecht culpou em 2017 a imprensa por não ter noticiado o esquema antes. “O que me entristece, inclusive eu digo aí a própria imprensa. A imprensa toda sabia de que efetivamente o que acontecia era isso. Por que agora estão fazendo isso? Por que não fizeram isso há dez, 20 anos atrás?”, pergunta. “Essa imprensa sabia disso tudo e fica agora com essa demagogia“, e diz que todos deveriam fazer uma “lavagem de roupa nas suas casas” para saber o que fazer a partir daquele momento em que tudo era revelado e sua empresa punida.

Marcelo Odebrecht disse a PF que o Amigo do Amigo do Meu Pai era Dias Toffoli.


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