Mulheres tinham 67 e 68 anos e faziam passeio em um parque da Zâmbia
Duas turistas, uma britânica e uma neozelandesa, morreram tragicamente após serem atacadas por uma elefanta durante um safari a pé no South Luangwa National Park, na Zâmbia, no dia 3 de julho de 2025. As vítimas foram identificadas como Easton Janet Taylor, de 68 anos, do Reino Unido, e Alison Jean Taylor, de 67 anos, da Nova Zelândia. O caso chamou a atenção internacional e reacendeu o debate sobre segurança em experiências turísticas que envolvem contato direto com animais selvagens.
De acordo com relatos divulgados pela imprensa britânica e zambiana, o grupo de turistas, acompanhado por guias armados, realizava uma caminhada na reserva quando foi surpreendido por uma elefanta que estava acompanhada de um filhote. O comportamento agressivo da fêmea foi interpretado como um ato de defesa da cria. A elefanta avançou rapidamente em direção aos turistas. Um dos guias gritou “elefante!” em alerta, mas o aviso não foi suficiente para evitar a tragédia.
Testemunhas afirmaram que Alison, que tinha mobilidade reduzida, foi a primeira a ser atingida e não conseguiu escapar. Mesmo após os guias abrirem fogo contra o animal, os disparos não impediram o ataque. Easton também foi atingida e morreu no local. Outros membros do grupo conseguiram fugir sem ferimentos graves. As autoridades locais e equipes do parque confirmaram o óbito das duas mulheres e abriram investigação para apurar a dinâmica exata dos fatos.
Este não foi um caso isolado. Em abril de 2024, a americana Gail Mattson, de 79 anos, morreu em circunstâncias semelhantes, após um elefante virar o veículo de observação em que ela estava no Kafue National Park. Em junho do mesmo ano, outra turista dos Estados Unidos, Juliana Gle Tourneau, de 64 anos, foi morta por um elefante em Livingstone, também na Zâmbia. Ambos os episódios reforçam a gravidade dos riscos associados a encontros com elefantes selvagens, mesmo em ambientes turísticos controlados.
Especialistas em comportamento animal alertam que elefantas com filhotes podem reagir de maneira extremamente protetora e agressiva diante da presença humana. O safari a pé, modalidade em que os turistas percorrem trilhas a curta distância da fauna local, é considerado mais arriscado que os tradicionais safáris em veículos, especialmente quando as medidas de segurança não são rigorosamente respeitadas.
O incidente provocou comoção nas redes sociais e entre operadores de turismo da região. A direção do parque South Luangwa lamentou o ocorrido e afirmou que revisará seus protocolos de segurança para atividades a pé. As famílias das vítimas estão recebendo apoio dos governos britânico e neozelandês, e medidas diplomáticas estão sendo tomadas para o repatriamento dos corpos.
O ataque também gerou questionamentos sobre o crescimento do turismo em áreas de vida selvagem sem a devida infraestrutura de segurança. Com a expansão do turismo ecológico e de aventura, cresce também o risco de encontros fatais, sobretudo em países que dependem economicamente desse setor mas nem sempre oferecem capacitação adequada aos guias ou limites claros de proximidade com os animais.
Conservacionistas pedem cautela na responsabilização da fauna local. Segundo eles, os elefantes estão cada vez mais estressados por conta da pressão humana sobre seus habitats, da redução de áreas naturais e da convivência forçada com grupos turísticos. Para esses especialistas, o foco deve ser em educação ambiental, treinamento rigoroso dos guias e respeito absoluto aos limites dos animais.

