Após ironizar e menosprezar Donald Trump na onda da soberania nacional, integrantes do governo já demonstram preocupação com impactos do tarifaço na economia nas eleições de 2026
Por Victório Dell Pyrro
Após uma série de galhofas feitas publicamente tanto pelo presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de seus ministros e assessores contra Donald Trump ter imposto 50% de tarifas de importação nos EUA para produtores brasileiros, parece que caiu a ficha da gravidade do assunto na cúpula do Planalto.
A retórica política adotada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos últimos discursos públicos, marcada por críticas diretas aos Estados Unidos e tom nacionalista acentuado, tem sido vista por analistas, diplomatas e integrantes do próprio governo como um entrave adicional às tentativas de negociação para derrubar barreiras tarifárias impostas por Washington a produtos brasileiros.
Países mundo afora tentam e estão conseguindo acordos sobre as tarifas e reduzindo os percentuais para 10% e 15% na base do diálogo e diplomacia.
A desastrada estratégia de Lula porém tem distanciado a possibilidade de um acordo com Donald Trump.
Publicamente o governo tentar surfar na retórica da soberania nacional, nos bastidores integrantes do governo Lula já demonstram apreensão com os impactos econômicos do tarifaço prometido por Donad Trump e claro o resultado do arrocho no bolso dos eleitores nas eleiçõesdo ano que vem.
.Lula vem agindo com esquizofrenia dialética, afirmando que quer negociar, mas sentando a lenha nos EUA, na sua economia e em seu presidente.
Essa postura quase infantil, sem levar em conta que suas palavras são acompanhadas de perto pelo governo norte-americano, faz com que até mesmo interlocutores como Geraldo Alckmin, seu vice não obtenham nenhuma resposta positiva para negociar a redução das tarifas de importação.

Agora, a avaliação de assessores próximos ao presidente Lula é de que o discurso de enfrentamento “tem limite” e que a conta dos prejuízos da medida pode chegar às urnas nas eleições de 2026, quando o petista tentará reeleição.
Reservadamente, por enquanto, auxiliares presidenciais, já entendem que a narrativa da soberania, embora eficiente para mobilizar a base e sinalizar firmeza frente à pressão externa, não seria suficiente para compensar as consequências do tarifaço no bolso dos brasileiros.
Sem dinheiro no bolso, o eleitor não vai dar seu voto para quem comanda o país.
A estratégia de comunicação deve mudar. Ministros de Lula pretendem reforçar o discurso de que o governo tem atuado para tentar reverter o tarifaço, prometido para começar a partir da sexta-feira, 1º de agosto, mas Lula também precisa dobrar a língua para negociar com os EUA.

