O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou a deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) a 5 anos e 3 meses de prisão pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com uso da arma, em julgamento final ocorrido em agosto de 2025. A decisão foi tomada por maioria dos ministros e também determinou a perda do mandato da parlamentar na quinta-feira (21).
O fato condenado ocorreu em 29 de outubro de 2022, às vésperas do segundo turno da eleição presidencial daquele ano. Em uma rua do bairro dos Jardins, em São Paulo, Zambelli sacou uma arma e perseguiu armado o jornalista Luan Araújo, um apoiador do então candidato Lula, após troca de provocações durante um ato político. A perseguição se estendeu por cerca de 100 metros e terminou com Zambelli obrigando o jornalista a deitar-se no chão, situação que levou o STF a considerar a conduta como grave e desproporcional, configurando porte ilegal da arma e constrangimento ilegal.
Essa foi a segunda condenação imposta a Carla Zambelli no STF em 2025. Em maio, a parlamentar já havia sido condenada a 10 anos de prisão por invasão e adulteração de sistemas eletrônicos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrida ao longo de 2023. Esta primeira sentença também resultou na perda do mandato e gerou um mandado de prisão. Zambelli fugiu ao exterior, foi presa na Itália em 29 de julho de 2025 e aguarda extradição para o Brasil.
Somando as penas das duas condenações, Zambelli foi sentenciada a aproximadamente 15 anos e 3 meses de prisão. Ambas as condenações incluem a perda do mandato de deputada federal, configurando um desdobramento jurídico-político de grande relevância no país. A execução das penas e a confirmação das perdas de mandato ainda dependem de recursos judiciais e procedimentos legislativos complementares.
Assim, o STF reafirma sua posição de rigor contra crimes envolvendo políticos ocupantes de cargos públicos, especialmente em casos de violência e ataque às instituições democráticas. A condenação da deputada Zambelli, além de impactar diretamente sua carreira, simboliza uma resposta firme do Judiciário frente a ações ilegais cometidas sob a proteção do mandato parlamentar.

