Polícia do DF desmantela venda de cogumelos alucinógenos pela Internet

A Polícia Civil do Distrito Federal investiga uma organização criminosa que vendia “cogumelos mágicos” para todo o país.

Na manhã desta quinta-feira (4), a corporação prendeu nove pessoas e interceptou mais de 3 mil pacotes de cogumelos, que eram vendidos pelas redes sociais e entregues pelos Correios.

A Operação Psicose, deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), desmantelou uma das maiores redes do país de produção e distribuição de cogumelos alucinógenos à base de psilocibina, com ramificações em ao menos oito estados e forte atuação no mercado nacional de drogas sintéticas.

‘Cogumelos mágicos’ produzidos pela maior rede de alucinógenos do país — Foto: reprodução

Detalhes e alcance da operação

A ação contou com o cumprimento de 19 mandados de busca e apreensão e 9 de prisão, além do bloqueio de contas bancárias e ativos financeiros vinculados aos investigados. Os alvos estavam no Distrito Federal, SP, PR, MG, PA, ES, RS e SC. A estrutura criminosa movimentou mais de 1,5 tonelada de drogas com 3.718 remessas pelos Correios, além de outras formas de transporte, usando contratos com empresas de logística para driblar a fiscalização.

Polícia Civil do DF prende organização criminosa que vendia cogumelos alucinógenos para todo o país — Foto: PCDF

Estrutura do grupo e modus operandi

A organização contava com sedes industriais principalmente no Paraná e mantinha empresas de fachada em diversos estados para disfarçar a produção e lavagem de dinheiro. Usavam profissionais do marketing digital, influenciadores e até DJs em campanhas para promover o uso da psilocibina, alegando vantagens à saúde e disfarçando a atividade criminosa com aparência científica. As vendas eram realizadas via e-commerce (dropshipping), com divulgação por grupos em redes sociais e websites próprios impulsionados por publicidade paga.

Crimes praticados e punição

Foram identificados crimes de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, associação criminosa, publicidade enganosa, curandeirismo, crimes ambientais e contra a saúde pública. A pena máxima para os réus pode chegar a 53 anos de prisão. Segundo a polícia, o dinheiro lavado circulava por empresas do setor alimentício ligadas a familiares, com tentativas de blindagem por meio de reportagens favoráveis financiadas pelo próprio grupo.

Apoio institucional e impacto nacional

A operação envolveu apoio do COAF, Receita Federal e Correios, além da cooperação de equipes especializadas em crimes digitais e ambientais. O trabalho incluiu o bloqueio judicial de perfis digitais e sites utilizados pelo grupo e a quebra do sigilo bancário dos principais membros da quadrilha.

Repercussão em universidades e perfis de influência

Entre os presos, estão dois universitários do Distrito Federal, que atuavam como operadores digitais do esquema. A quadrilha focava no público jovem e universitário, além de traficantes de psilocibina espalhados pelo país, ampliando a distribuição da droga em grandes festivais e eventos culturais.

A Operação Psicose representa uma das mais complexas ações do setor de repressão às drogas em 2025, com grande repercussão pela estrutura altamente profissionalizada da rede e pelo uso inovador de marketing digital e logística para esconder atividades ilícitas.


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