Bolsonaro recebe maior pena de prisão aplicada a um ex-presidente com 27 anos e 3 meses de prisão

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, aplicou a pena total de 27 anos e 3 meses de prisão a Jair Bolsonaro, em decorrência da sua condenação por cinco crimes relacionados à trama golpista que tentou derrubar o resultado das eleições de 2022.

Detalhes da dosimetria aplicada

O ministro Alexandre de Moraes dividiu a punição entre os cinco crimes principais imputados a Bolsonaro, aplicando um sistema de concurso material que soma as penas individuais para formar o total:

  • Organização criminosa armada: pena-base de 5 anos e 6 meses, reduzia para 4 anos e 7 meses pela idade, aumentando para 7 anos e 7 meses por uso de funcionário público.
  • Tentativa de golpe de Estado: 8 anos e 2 meses.
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito: 6 anos e 6 meses.
  • Dano qualificado ao patrimônio público: 2 anos e 6 meses mais multa.
  • Deterioração de patrimônio tombado: 2 anos e 6 meses.

No total, soma 27 anos e 3 meses de prisão (24 anos e 9 meses de reclusão e 2 anos e 6 meses de detenção), além do pagamento de multas.

Critérios e justificativas do relator

Alexandre de Moraes destacou que a gravidade das penas reflete a dimensão e consequências das ações de Bolsonaro, que “ajudou a induzir a população” a atacar o sistema eleitoral e praticar atos antidemocráticos. Ele ressaltou que, apesar da idade avançada do ex-presidente (70 anos), a pena deve ser suficiente para reprovação e prevenção, evitando repetição de episódios semelhantes no futuro. Moraes classificou o governo Bolsonaro como uma “organização criminosa” que buscava o estabelecimento de uma ditadura.

Votos do colegiado

A dosimetria de Moraes foi seguida pelos ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, com algumas divergências sobre detalhes de multa e regime de cumprimento da pena. Luiz Fux, que votou inicialmente pela absolvição, não opinou sobre a dosimetria geral.

Implicações

Com essa sentença, Bolsonaro foi condenado à pena mais longa já aplicada a um ex-presidente da República no Brasil, o que intensifica o cenário político e judicial nacional, aprofundando as tensões e controvérsias em torno do processo. Atualmente, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar por ordem do STF, e a decisão da Primeira Turma pode influenciar o regime de cumprimento de sua pena.

Essa sentença marca um precedente histórico no país, consolidando a responsabilização penal de um ex-presidente por tentativa de ruptura democrática e tentativa de golpe de Estado.

PENA TOTAL: 27 anos e 3 meses


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