BC mantém juros em 15% e não indica início para corte da Selic

Decisão vem em linha com expectativa do mercado, que prevê retomada de cortes apenas em 2026

O Banco Central do Brasil decidiu manter a taxa Selic, principal taxa básica de juros da economia, em 15% ao ano na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) realizada em 17 de setembro de 2025.

Essa é a segunda vez consecutiva que a Selic permanece no maior patamar desde julho de 2006, quando atingiu 15,25% ao ano.

A decisão foi unânime entre os membros do Copom, que destacaram a necessidade de cautela diante do cenário econômico marcado por elevada incerteza, impactos da política econômica externa, especialmente dos Estados Unidos, além do contexto doméstico ainda aquecido.

O Comitê ressaltou que os riscos para a inflação permanecem elevados, com expectativas acima da meta oficial para os próximos anos.

O Banco Central afirmou que seguirá avaliando os efeitos da manutenção da Selic nesse nível por período prolongado para assegurar a convergência da inflação à meta de 3%, com intervalo de tolerância entre 1,5% e 4,5%.

O Copom também mencionou a importância de monitorar o impacto da política fiscal e a tensão gerada por tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos ao Brasil.

Para o mercado, a decisão estava em linha com as expectativas, que projetam o início dos cortes na Selic apenas no início de 2026.

O boletim Focus, que compila previsões de especialistas consultados pelo Banco Central, aponta previsão de queda gradual da Selic nos anos seguintes, chegando a níveis próximos de 10% apenas em 2028.

Manter a Selic em 15% torna o custo do crédito elevado, dificultando o consumo e os investimentos, mas é uma medida crucial para conter a inflação que, apesar da deflação pontual em agosto de 2025, ainda se mantém acima do teto da meta oficial.

O Brasil continua com um dos maiores juros reais do mundo, segundo analistas.

A decisão do Banco Central e a manutenção dos juros altos refletem a preocupação em garantir a estabilidade dos preços e evitar o desancoramento das expectativas inflacionárias, mesmo diante do impacto negativo que juros elevados podem ter na atividade econômica, com risco de desaceleração do crescimento e aumento do desemprego.


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