Artista estava internado e morreu devido a complicações de saúde
O diretor, ator e roteirista Guilherme Reis morreu nesta quarta-feira (24), aos 70 anos, devido a complicações de saúde. Ele estava internado há vários dias. Reis ficou conhecido por seu trabalho no teatro, cinema e produção cultural, tendo sido secretário de Cultura do Distrito Federal entre 2015 e 2018, durante o governo de Rodrigo Rollemberg.
Luis Guilherme Almeida Reis nasceu em 24 de novembro de 1954, em Goiânia. Veio a Brasília em 1960 e iniciou a carreira de ator no teatro, aos 18 anos. Esteve em peças como Os Saltimbancos, O Noviço, A vida é sonho, O Exercício, Pequenos Burgueses, Um grito parado no ar e Caça aos ratos.
Na carreira, trabalhou com diretores como Antônio Abujamra, Zeno Wilde, B. de Paiva e Hugo Rodas, com quem trabalhou desde o início.
Oito anos depois da estreia, em 1980, realizou o primeiro trabalho como diretor de teatro: A Revolução dos Bichos. Dirigiu ainda Chapeuzinho amarelo (1981), Pedro e o Lobo (1983), A hora do pesadelinho (1991), Reta do fim do fim (Prêmio Villanueva de Melhor Espetáculo Estrangeiro de 1997 em Cuba), Movimentos do desejo (1998) e Reveillon (1999). Com o Grupo Cena, dirigiu e produziu uma trilogia a partir de textos dos autores argentinos Santiago Serrano e Patrícia Suárez, entre 2005 e 2008.
Em 1892, Reis iniciou a carreira no cinema, com o longa O Sonho Não Acabou, dirigido por Sérgio Rezende, e que tinha nomes como Miguel Falabella, Lúcia Veríssimo e Daniel Dantas no elenco. Atuou ainda em A república dos anjos (1991), O cego que gritava luz (1996), O tronco (1999) e Sagrado segredo (2009). Em 2016, dirigiu o musical Dentro da Caixinha.
Como produtor cultural, Reis foi curador e responsável pela direção geral do festival de teatro Cena Contemporânea, que ocorre desde 1995 em Brasília.
Antes do Cena, realizou duas edições do Festival Latino-americano de Cultura, na UnB; e o Temporada Nacional, projeto da Faculdade Dulcina que levava um grande nome do teatro por mês, como Fernanda Montenegro e Antunes Filho.
O Cena Contemporânea concluiu a 26ª edição no último mês de agosto. Com curadoria de Reis, os espetáculos incluíram, entre outros,[dentro da cabeça de alguém], estrelado por Renata Sorrah; Soré e Medida por medida (La culpa es tuya), dos argentinos Lautaro Delgado Tymruk e Sofía Brito e Gabriel Chamé Buendia; Cabo enrolado e Afinação 2: Falso solo, dos paulistas Cia Graxa e Georgette Fadel; e Sombrio, do coletivo brasiliense Levante.
Em 2015, Reis assumiu o cargo de secretário de Cultura do GDF, durante o governo de Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), hoje deputado federal. A frente da Secretaria de Cultura, criou a Lei Orgânica da Cultura, que estabeleceu o Sistema de Arte e Cultura do DF, composto por órgãos e entidades da Administração Pública e destinado à formulação, financiamento e gestão de políticas públicas de cultura no Distrito Federal, e definiu regras para o financiamento à cultura. Foi responsável também pelas reformas do Espaço Cultural Renato Russo e Centro de Dança de Brasília.


