Mais cedo, durante discurso na Assembleia Geral da ONU, Trump revelou acordo com Lula para conversar na próxima
O presidente Donald Trump está aberto a negociar o tarifaço de 50% de imposto aos produtos brasileiros e revelou, durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU, que selou um acordo para conversar diretamente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima semana.
O gesto sinaliza uma reviravolta diplomática importante, no momento de máxima tensão entre Brasil e Estados Unidos devido às sanções anunciadas em julho contra autoridades brasileiras e às sobretaxas que afetaram diversos setores exportadores nacionais. Lula alegava até hoje que Trump não queria conversar ou também que ele nase humilharia para conversar com Trump.
O ultimato decisivo se deu nos bastidores da Assembleia Geral da ONU, realizada em Nova York, nesta terça-feira, 23 de setembro de 2025. Lula abriu a sessão como manda a tradição e criticou os EUA e Israel como sempre vem fazendo, defendendo soberania nacional e criação de estado palestino no Oriente Médio e Trump discursou logo em seguida, dando destaque ao Brasil e além de ataques, mencionou a intenção de construir pontes com o governo brasileiro.
Segundo Amanda Robertson, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, os dois presidentes se encontraram de maneira espontânea no corredor da ONU, trocaram um abraço e conversaram brevemente por cerca de 20 segundos. O clima foi considerado “bom e espontâneo”.
Amanda Roberson, porta-voz em português do Departamento de Estado dos Estados Unidos, em entrevista à CNN, disse que Trump está aberto a negociar a tarifa de 50% imposta sobre produtos do Brasil com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A iniciativa ganhou peso institucional com as declarações públicas da porta-voz do Departamento de Estado americano, Amanda Robertson, e com a participação do chanceler brasileiro Mauro Vieira, encarregado de articular os próximos passos diplomáticos. Empresários brasileiros e representantes de entidades como a CNI também manifestaram expectativa positiva diante da abertura negociadora.
O tarifaço, que consiste em tarifas de até 50% sobre as exportações brasileiras aos Estados Unidos, foi instaurado por Trump em agosto, com a justificativa de proteger empresas americanas e em resposta à condenação de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, fato considerado pelo governo americano uma ameaça aos direitos humanos. O Brasil, por seu lado, rebate que acumula um déficit comercial significativo com os EUA e que as sanções são arbitrárias.
Diversos setores da economia, especialmente exportadores de carne, etanol e produtos agrícolas, foram diretamente atingidos. Empresários e autoridades brasileiras destacam que, além dos prejuízos comerciais, as sobretaxas prejudicam a diplomacia e a relação entre os países, historicamente pautada pela complementaridade e diálogo.
Segundo Amanda Robertson, as tarifas funcionam como “uma ferramenta para abrir espaço a negociações”. Embora ainda não haja uma pauta final definida, diplomatas de ambos os países iniciaram tratativas para organizar o encontro – que deve ocorrer por telefone ou videoconferência na próxima semana – e para detectar onde há margem de acordo. O governo brasileiro sinalizou disposição para negociar especialmente tarifas sobre etanol, carnes e data centers.
Do lado americano, Trump afirmou que a “excelente química” com Lula é promissora e que prefere negociar pessoalmente com líderes de quem gosta. Os interlocutores avaliam que o mundo vive um ambiente de riscos e que, apesar das tensões, é preciso encarar as negociações com maturidade e buscar os benefícios mútuos
.Repercussão Política e Econômica
O anúncio de possível diálogo gerou alívio e expectativa entre representantes do setor produtivo brasileiro e internacional. Especialistas veem potencial para reverter as medidas mais agressivas, restaurar a segurança jurídica para exportações e preservar o ambiente de negócios entre os dois países.
O gesto inesperado de Trump ao estender a mão a Lula contradiz os discursos duros das últimas semanas e pode marcar uma inflexão relevante na geopolítica regional. A reunião prevista ainda não tem formato fechado, mas já é tratada como oportunidade histórica para redefinir o rumo das relações Brasil-EUA.

