O ministro do Turismo, Celso Sabino, oficializou nesta sexta-feira, 26 de setembro de 2025, o pedido de demissão do cargo no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após pressão do seu partido, o União Brasil, que determinou a saída de seus filiados da gestão petista.
A decisão foi tomada após um ultimato do partido, que exige a entrega dos cargos no Executivo sob pena de expulsão por infidelidade partidária.Sabino conversou pessoalmente com o presidente Lula para comunicar sua decisão e entregou a carta de demissão.
Apesar do pedido, ele permanecerá no cargo até a próxima quinta-feira para acompanhar o chefe do Executivo em um evento de entrega de obras concluídas para a COP30, que será realizada em novembro em Belém, capital do Pará, seu estado natal. O ministro buscou negociar para tentar permanecer na pasta até a realização da COP30, mas não conseguiu reverter a decisão do partido.
Filiado ao União Brasil e deputado federal pelo Pará, Sabino retornará à Câmara dos Deputados após dois anos à frente do Ministério do Turismo.
Sua entrada no ministério, em agosto de 2023, representou a entrada do centrão no governo Lula, com o apoio do então presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e de aliados.
A saída de Sabino reflete o rompimento político do partido com o governo federal, em um contexto de tensões internas e acusações enfrentadas pelo presidente da sigla, Antônio Rueda, como sombras sobre o processo.
A decisão do União Brasil de deixar o governo se deu após denúncias sobre supostas relações do chefe do partido com atividades criminosas, o que marcou um endurecimento da relação com o Executivo e culminou no ultimato para os ministros filiados deixarem seus cargos. Sabino, apesar de resistir até o último momento, acatou a orientação partidária, motivado também pela intenção de disputar o Senado nas eleições do ano que vem, buscando apoio inclusive do presidente Lula.
Com a saída de Celso Sabino, o Ministério do Turismo fica sem uma definição imediata para o sucessor, e o governo terá que reorganizar sua base política às vésperas da grande conferência de clima da COP30. A saída do ministro é mais um capítulo na articulação política envolvendo o centrão, Lula e os embates internos do cenário eleitoral e governamental para 2026

