Primeiro-Ministro de Israel reafirmou que não aceitará um Estado Palestino e criticou ‘onda de reconhecimentos’ por países ocidentais
A fala do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na Assembleia Geral da ONU, nesta sexta-feira (26), reforçou que a guerra na Faixa de Gaza ainda não acabou e será intensificada até que Israel “termine o trabalho” contra o grupo terrorista Hamas.
A declaração foi feita em meio a uma debandada de comitivas de diversos países, incluindo o Brasil, que deixaram o plenário em sinal de repúdio ao discurso do líder israelense.

Em tom desafiador, Netanyahu afirmou que Israel continuará atacando a Faixa de Gaza até derrotar completamente o Hamas. Ele rejeitou a criação de um Estado Palestino, negou que as forças israelenses estejam matando civis ou causando fome no território e culpou o Hamas pelas mortes e pela crise humanitária na região.

Netanyahu afirmou ainda que suas tropas instalaram megafones em Gaza para transmitir seu discurso diretamente aos reféns mantidos pelo Hamas, com a promessa de resgatá-los. Ele exigiu que o Hamas entregue suas armas e advertiu que, caso contrário, Israel irá “caçá-los”.
A maior parte das delegações diplomáticas presentes na Assembleia Geral deixou o plenário antes do início do discurso de Netanyahu. Entre elas estava a comitiva do Brasil, que se retirou como um gesto simbólico de protesto contra a escalada da violência no Oriente Médio e a postura israelense.
O Itamaraty informou que a decisão foi tomada pelo governo brasileiro diante da crise humanitária em Gaza e da morte de dois brasileiros em ataques no Líbano. A saída do Brasil e de outros países foi uma forma de manifestar repúdio à continuidade do conflito e à rejeição das decisões do Tribunal Penal Internacional e da Corte Internacional de Justiça que condenam as ações israelenses.
O discurso de Netanyahu ocorreu em um momento de alta tensão internacional, com críticas a Israel por parte de órgãos da ONU que apontam genocídio na Faixa de Gaza e apelos para um cessar-fogo imediato. O secretário-geral da ONU, António Guterres, tem reafirmado a importância da solução dos dois Estados para a paz na região e a necessidade do respeito ao direito internacional humanitário.
A presença de poucas comitivas no plenário durante o discurso refletiu o isolamento que Israel enfrenta em sua política mais agressiva rumo à aniquilação do grupo terrorista Hamas e à negação dos direitos palestinos.
Israel iniciou a guerra contra o grupo terrorista Hamas devido a um ataque sanguinário surpresa coordenado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, quando militantes palestinos invadiram territórios israelenses, atacaram cidades, passaram fronteiras e tomaram reféns, provocando a morte de centenas de israelenses.
Essa ação foi vista por Israel e por parte do mundo, como um atentado grave à sua segurança e soberania, levando à declaração imediata de estado de emergência e a um conflito armado para eliminar a capacidade militar do Hamas e libertar os reféns.
Além desse ataque inicial, Israel justifica o conflito com a necessidade de conter as constantes ameaças do Hamas, que lança foguetes contra cidades israelenses e mantém uma estrutura militar em Gaza.
O governo israelense também aponta a recusa do Hamas em aceitar propostas de mediação para a libertação dos reféns como motivo para intensificar a guerra. A ofensiva israelense tem como objetivo principal desmantelar o grupo terrorista Hamas e garantir a segurança do país, apesar das controvérsias e das graves consequências humanitárias na Faixa de Gaza.
O Hamas cometeu diversos crimes graves contra civis, incluindo estupros, assassinatos de mulheres, crianças e idosos durante o ataque terrorista em 7 de outubro de 2023 e nos conflitos subsequentes. Relatórios da ONU e da Human Rights Watch indicam que o grupo utilizou violência sexual sistematicamente como arma de guerra, com inúmeros casos de estupros, tortura sexual e tratamento cruel contra reféns, muitos deles mulheres.
Um relatório do Projeto Dinah detalhou várias violações envolvendo estupros cometidos pelo Hamas como parte de uma campanha de terror e humilhação contra a população israelense.
Quanto ao número exato de vítimas, não há um dado preciso totalmente verificado internacionalmente, mas sabe-se que durante o ataque inicial dos terroristas do Hamas foram mortas cerca de 1.200 pessoas em Israel, incluindo mulheres, crianças e idosos. Já do lado palestino, no contexto do conflito armado subsequente, o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, controlado pelos terroristas do Hamas, alega mais de 10 mil mortes, sendo aproximadamente 4.100 crianças, 2.600 mulheres e 600 idosos, vítimas principalmente das ações militares israelenses.

