Documento interno enviado ao Congresso mostra que ataques da Força Militar dos EUA no Sul do Caribe podem fazer parte de um conflito contínuo e ativo
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou oficialmente que declarou guerra aos cartéis de drogas, em uma mensagem confidencial enviada recentemente ao Congresso americano. Na comunicação, o governo norte-americano classificou os narcotraficantes como “combatentes ilegais” e informou que o país está envolvido em um “conflito armado não internacional” contra essas organizações criminosas.
O anúncio ocorre após uma série de ações militares conduzidas pelo Exército dos EUA no Caribe, onde foram realizadas ofensivas contra embarcações suspeitas de transporte de drogas, principalmente aquelas que partiram da Venezuela e da região do Caribe. Essas operações resultaram na destruição de várias embarcações e na morte de dezenas de traficantes, ampliando significativamente a presença militar americana na região, incluindo navios de guerra, fuzileiros navais e caças F-35 estacionados em Porto Rico.
A declaração de guerra aos cartéis marca uma mudança estratégica importante, autorizando o uso da força militar contra essas organizações, tradicionalmente combatidas por forças policiais e agências de controle de fronteiras.
O Pentágono informou o Congresso, mas não detalhou quais organizações seriam oficialmente consideradas terroristas neste conflito, levantando questionamentos sobre o alcance e autorização das operações militares.
O anúncio gerou resistência no Congresso americano, em especial com parlamentares dos dois partidos principais, que demandam o exercício da Lei dos Poderes de Guerra para autorizar de forma formal essas ações militares, evitando abusos e questionamentos jurídicos.
Cartéis e organizações visadas
O governo Trump já classificou cartéis históricos do México, como o Sinaloa e Jalisco Nova Geração, e gangs latino-americanas como a Mara Salvatrucha (MS-13) e o Tren de Aragua da Venezuela, como organizações terroristas estrangeiras. Essa classificação permite ações militares mais robustas contra esses grupos, ampliando o escopo para além do combate à narcóticos, incluindo o combate ao terrorismo transnacional.
Reações internacionais
O aumento da presença militar americana na América Latina, com operações e ações descendo a escalada nos países da região, como Venezuela, e a definição de grupos como terroristas, causou tensão diplomática.
A Venezuela criticou as ofensivas e mobilizou suas forças para monitorar o espaço aéreo e marítimo, alertando para o risco de confrontos diretos.
Além disso, especialistas e organizações alertam que a estratégia do governo americano pode ter impacto sociopolítico nos países envolvidos, repercutindo na segurança e em relações diplomáticas delicadas na região.
Essa movimentação de Trump representa uma das escaladas mais fortes dos EUA contra o narcotráfico, utilizando poderes militares e legais com implicações internacionais, enquanto busca desmantelar as redes criminosas que financiam o tráfico global de drogas.

