Preso presidente da Mocidade por jogo do bicho

Operação foi deflagrada na manhã desta sexta contra nova cúpula do jogo do bicho

O presidente da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel, Flávio da Silva Santos, conhecido como Pepé ou “Flávio da Mocidade”, foi preso em uma operação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) que mira a chamada “nova cúpula do jogo do bicho”.

A ação ocorreu nesta sexta-feira (3), e também teve como alvo o contraventor Rogério Andrade, atualmente já encarcerado em regime de segurança máxima federal.

Operação do MPRJ e detalhes da prisão

A prisão foi determinada pela 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa da Capital, durante operação coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ).

Foram expedidos mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão que incluíram endereços da Mocidade Independente de Padre Miguel, da escola de samba Imperatriz Leopoldinense, de Flávio Santos e do bicheiro Vinicius Pereira Drumond, apontado como aliado do grupo.

Segundo as investigações, Flávio da Mocidade teria papel central na exploração de jogos de azar e na administração de pontos do jogo do bicho controlados pelo grupo, além de participar de disputas violentas com facções rivais pelo domínio das áreas de atuação.

O Ministério Público aponta que desde 2014, Flávio e Rogério comandam a principal organização voltada à exploração de jogos ilícitos no Rio de Janeiro.

Ligações com o jogo do bicho e acusações criminais

O grupo investigado é acusado de corrupção de forças policiais, por meio do pagamento de propina a agentes das polícias Civil e Militar, garantindo proteção às atividades ilícitas, dificultando diligências e operações de repressão.

Os promotores também indicam envolvimento direto dos líderes em assassinatos ligados a disputas internas pelo controle do jogo do bicho, incluindo a morte de Fernando de Miranda Iggnácio, em 2020, crime que teria sido ordenado por Rogério Andrade.

Flávio da Mocidade, além do cargo na escola de samba, é apontado como um dos principais articuladores dessa rede de contravenção, atuando tanto na organização dos negócios quanto na gestão dos interesses da quadrilha. A denúncia do MPRJ destaca que, apesar de sua ligação com o mundo do samba, ele mantinha atividades paralelas ligadas à exploração de jogos ilegais, beneficiando-se de sua influência social e institucional.

presidente da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel, Flávio da Silva Santos

A prisão de Flávio da Mocidade causa forte impacto no carnaval carioca, especialmente no entorno da escola de Padre Miguel, tradicional agremiação do samba fluminense. A diretoria da Mocidade ainda não emitiu nota oficial, mas integrantes da comunidade lamentam o episódio e cobram esclarecimentos sobre o envolvimento do presidente com práticas ilícitas.

O MPRJ afirmou que medidas de segurança máxima serão adotadas tanto para o presidente da agremiação quanto para os demais envolvidos, buscando impedir que continuem exercendo influência dentro e fora das prisões.

A operação segue em andamento, com apreensão de documentos e dispositivos eletrônicos, e novas etapas investigativas devem ser desenroladas nas próximas semanas, tendo como foco o aprofundamento das denúncias e a identificação de outros beneficiários do esquema.


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