Arruda ameaça religiosos após tentar invadir convenção e ser expulso; vídeo

Por Victório Dell Pyrro

Na tarde deste sábado, o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda protagonizou mais um episódio constrangedor de sua carreira política — e desta vez, diante de pastores da Assembleia de Deus.

Durante a convenção da Adeb em Taguatinga, Arruda tentou forçar a entrada em um evento reservado exclusivamente a ministros credenciados, sob o pretexto de “receber uma oração”, segundo organizadores.

Ao ser barrado na porta, reagiu com a arrogância costumeira: ameaçou “dar o troco à igreja” se voltar ao poder e chegou a empurrar um presbítero que lhe explicou as regras da reunião, isso tudo acreditando que voltará ao governo do Distrito Federal, posto de onde saiu preso por corrupção. (Veja vídeo mais abaixo)

O vídeo do confronto, que se espalhou rapidamente nas redes sociais, expôs um político que parece incapaz de lidar com a rejeição — mesmo a espiritual. Diante do portão fechado,

Arruda encenou um discurso de ofendido divino, enquanto seu séquito observava, constrangido, o ex-governador exigir deferência de pastores que preferiram manter a ordem do culto ao teatro político.

O pastor Carlos Xavier, um dos organizadores, confirmou que Arruda foi convidado a se retirar após o presidente da convenção, pastor Orcival Pereira Xavier, negar autorização para sua entrada .

“Ele respondeu dessa forma: diz para o seu pastor que quando eu for governador, eu vou lembrar disso e vou dar o troco à igreja”, contou o presbítero. Poucos segundos depois, segundo Abrantes, Arruda o empurrou e entrou na igreja. “Para que não gerasse tumulto, não fui grosseiro”, lembrou. A equipe do ex-governador foi barrada.

A cena remete a uma velha contradição do personagem: o homem que tenta se reinventar pela fé, mas não abandona o impulso autoritário. Há anos, Arruda busca refúgio no campo religioso, frequentando cultos e exibindo versículos bíblicos nas redes, sempre embalado por um discurso de arrependimento conveniente.

Hoje, contudo, a fachada desabou. Diante de pastores e fiéis, o político perdeu a compostura e reagiu com ameaça — não com a humildade esperada de quem diz buscar redenção.

A tentativa de transformar o altar em palanque acabou em fiasco. E mais uma vez, Brasília assistiu à repetição do roteiro de um político que não entende o limite entre poder público e espaço sagrado. Limites que, segundo a Justiça, o deixou inelegível por surrupiar dinheiro público.

Arruda quis transformar uma convenção de fé em espetáculo de vaidade, e saiu dela como entrou: cercado de assessores, mas espiritualmente sozinho e com certeza, sem os votos dos fiéis e simpatizantes cristãos.

José Roberto Arruda foi condenado em diversos processos relacionados ao escândalo conhecido como Operação Caixa de Pandora, um dos maiores casos de corrupção política da história do Distrito Federal. Ele também chegou a ser preso enquanto ainda exercia o cargo de governador, fato inédito na política brasileira.

Prisão e escândalo Caixa de Pandora

Em fevereiro de 2010, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decretou a prisão preventiva de Arruda por formação de quadrilha e corrupção de testemunha, após surgirem provas de que ele tentava subornar o jornalista Edson Sombra, testemunha do caso.

O escândalo, revelado pela Polícia Federal em novembro de 2009, expôs um esquema de desvio de recursos públicos e compra de apoio de deputados distritais com dinheiro de contratos fraudulentos, o que ficou conhecido como o “mensalão do DEM”.

Condenações criminais e por improbidade

Ao longo dos anos seguintes, Arruda foi condenado por falsidade ideológica, corrupção de testemunha e improbidade administrativa, com penas que somaram mais de 7 anos de prisão em regime fechado, além da suspensão dos direitos políticos por 12 anos e proibição de contratar com o poder público.

As decisões judiciais indicam que Arruda foi o mentor do esquema de arrecadação e distribuição de propinas no governo do DF, usando contratos públicos superfaturados em áreas como informática e serviços tecnológicos para financiar apoio político na Câmara Legislativa.

Consequências políticas

Além das penas criminais, Arruda se tornou inelegível pela Lei da Ficha Limpa e foi multado em mais de R$ 1 milhão por danos morais coletivos.

Mesmo assim, continuou a tentar se reabilitar politicamente, recorrendo a discursos religiosos e à tentativa de retorno à vida pública — um movimento frequentemente visto com desconfiança por eleitores e lideranças cristãs.

Veja vídeo do momento que Arruda sai do local:


2 comentários

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