Embarcação com cerca de 300 imigrantes rohingyas naufragou entre Tailândia e Malásia, deixando centenas desaparecidos e uma pessoa morta. Saiba detalhes da operação de resgate e contexto humanitário da crise migratória.
Na madrugada deste domingo, 9 de novembro de 2025, uma embarcação sobrecarregada naufragou nas águas territoriais próximas à fronteira marítima entre Tailândia e Malásia, deixando cerca de 280 pessoas desaparecidas imersas em uma das maiores tragédias recentes envolvendo migrantes da minoria rohingya e de Bangladesh.
O barco, cuja origem foi rastreada até Buthidaung, na região de Rakhine, Myanmar, partiu em 4 de novembro com aproximadamente 300 pessoas a bordo, a maioria mulheres, crianças e homens rohingyas, além de alguns migrantes de Bangladesh.
Autoridades malaias confirmaram que 10 sobreviventes foram resgatados, incluindo 9 rohingyas e 1 homem de Bangladesh, e um corpo foi encontrado, identificado como o de uma mulher rohingya.
A Autoridade Marítima da Malásia mobilizou navios de patrulha e helicópteros para uma ampla operação de busca e salvamento que, até o momento, permanece ativa apesar das condições marítimas desafiadoras. O chefe de polícia do estado de Kedah, Adzli Abu Shah, declarou:
“Estamos fazendo todo o possível para localizar os desaparecidos, mas a extensão da perda é grave. As condições climáticas dificultam as operações, mas não diminuem nossa determinação.”
O naufrágio acontece em meio a uma crise migratória complexa envolvendo os rohingyas, um grupo étnico muçulmano que enfrenta perseguição e negação de cidadania em Myanmar, o que os obriga a buscar refúgio em países vizinhos como Tailândia e Malásia. Muitos embarcam em viagens marítimas perigosas por rotas ilícitas, oferecendo alto risco de tragédias como esta.
Segundo dados oficiais da ONU, estima-se que mais de 1 milhão de rohingyas estejam refugiados em países do Sudeste Asiático desde 2017, em situação precária e vulnerável a abusos.
Organizações humanitárias internacionais expressaram profundo pesar com a tragédia e estão pressionando os governos da região a intensificar a proteção dos migrantes e evitar mais mortes. A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) emitiu nota oficial:
“Este naufrágio é um triste lembrete dos perigos enfrentados pelos deslocados que fogem da perseguição. Reforçamos o apelo por rotas seguras e assistência humanitária urgente.”
As operações de busca continuarão nos próximos dias, enquanto as autoridades buscam respostas sobre os responsáveis pela superlotação e pelas condições inseguras da embarcação. A tragédia levanta questões sobre o tráfico de pessoas na região e a necessidade de maior cooperação internacional para combater as redes que exploram migrantes vulneráveis.




