No momento da prisão, Dell’Agnolo carregava malas com mais de R$ 5 milhões em espécie, entre reais e dólares
José Oswaldo Dell’Agnolo, 38 anos, foi localizado e preso na noite deste sábado (6). O homem estava foragido há quatro meses e era procurado internacionalmente.
Acusado de golpes financeiros ele foi detido em um hotel de luxo de frente para o mar, em Itapema (SC).

A captura encerra a caçada por um dos operadores financeiros mais procurados do país, suspeito de comandar um esquema que movimentou ao menos R$ 1 bilhão.
No momento da prisão, Dell’Agnolo carregava malas com mais de R$ 5 milhões em espécie, entre reais e dólares, além de relógios de luxo, dez celulares, tablet, notebook e chaves de veículos. Ele estava hospedado no Blue Sea Hotel.
A prisão foi realizada por equipes do 31º Batalhão da Polícia Militar, após troca de informações entre o setor de inteligência e guarnições táticas.
Dell’Agnolo ganhou o apelido de “Lobo da Batel” por ostentar estilo de vida exuberante no bairro nobre de Curitiba.
Carros importados, viagens constantes e vídeos motivacionais ajudavam a vender a imagem de um gestor de sucesso, imagem que servia como vitrine para atrair investidores.
Por trás da aparência de prosperidade, porém, funcionava uma estrutura clandestina que operava como um banco paralelo: o Futuree Bank, sem autorização do Banco Central, e o escritório The Boss, que ofereciam contratos com retorno mensal de até 3%, quase o triplo da média de mercado.
Mais de mil pessoas investiram no negócio, algumas comprometendo economias inteiras. Há vítimas que perderam entre R$ 20 mil e R$ 3 milhões. Só na cidade natal de Dell’Agnolo, Piraju (SP), estima-se um rombo de R$ 50 milhões, suficiente para abalar a economia local.
O sumiço e o rastro de prejuízo
Em agosto, quando os pagamentos deixaram de ser feitos, Dell’Agnolo sumiu. Mandou mensagens vagas dizendo que “voltaria”, mas nunca reapareceu.
A Polícia Federal descobriu que, dias antes do colapso das fraudes, ele transferiu R$ 10 milhões para proteger o próprio patrimônio e fugiu em seguida.
A gravidade do caso levou a Justiça Federal a decretar sua prisão preventiva e colocar seu nome na Difusão Vermelha da Interpol.
Operação Mors Futuri
A prisão ocorre dias após a Polícia Federal deflagrar a Operação Mors Futuri, que mira justamente o banco fantasma de Dell’Agnolo.
A ação cumpriu 11 mandados de busca em Curitiba e levou ao bloqueio de bens e valores que podem chegar a R$ 66 milhões, além do sequestro de imóveis e veículos de luxo.
Segundo a PF, o grupo:
• captava recursos sem autorização do Bacen e da CVM;
• usava contratos falsamente vinculados a “algoritmos de inteligência artificial”;
• movimentou mais de R$ 1 bilhão por meio de empresas de fachada;
• prometia “baixo risco” e rentabilidade fixa, típica prática de pirâmide financeira.
Outros nomes aparecem como ligados à operação financeira, como João Víctor Kobayashi Sanchez e Eduardo Votroba, integrante de uma tradicional família do ramo contábil. Ambos afirmam também ter sido vítimas de Dell’Agnolo.




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