Taxa Selic permanece no maior valor dos últimos 20 anos. Comunicado fala em manutenção da taxa por período ‘bastante prolongado’ em cenário de ‘elevadas incertezas’ e não sinaliza cortes
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil decidiu nesta quarta-feira (10), por unanimidade, manter a taxa básica de juros da economia em 15% ao ano, pela quarta vez consecutiva. A taxa Selic permanece no maior nível dos últimos 20 anos e não há sinais do BC sobre quando terão início os cortes de juros.
No comunicado, o comitê avalia que manter a Selic em 15% “por período bastante prolongado” é adequado para que a inflação se ajuste à meta. Isso porque, segundo o colegiado, o cenário segue marcado por “elevadas incertezas” que exigem “cautela” na condução da política monetária.

“O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho”, diz o comunicado do Copom.
Ao indicar que a política monetária seguirá mais rígida por um período prolongado, o Copom mantém o tom duro e não sinaliza cortes na taxa de juros.
Nesta quarta-feira, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, ficou em 0,18% em novembro e atingiu o menor nível para o mês em 7 anos. No ano, o IPCA acumula 3,92%, e, em 12 meses, 4,46%. Os resultados vieram ligeiramente abaixo das expectativas do mercado.
Nesta semana, a maioria dos economistas do mercado financeiro também deixou de prever que o início do processo de corte da taxa básica de juros terá início em janeiro deste ano.
Isso mostra que o mercado está dividido, com a maioria das instituições financeiras apostando que o início do ciclo de redução dos juros começará em março, com recuo para 14,5% ao ano.
O Copom afirmou ainda que “seguirá vigilante” e que os passos futuros poderão ser ajustados, acrescentando que não hesitará em retomar o ciclo de alta “caso julgue apropriado”.



