Termina depoimento de Vorcaro à PF; interrogatório durou quase 4 horas

Ex-presidente do BRB Paulo Henrique Costa começa a ser ouvido. Diretor do Banco Central é o próximo

O dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, concluiu na noite desta terça-feira (30) o depoimento à Polícia Federal. A oitiva durou cerca de quatro horas.

Depois de Vorcaro, depõem o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, e do diretor de Fiscalização do Banco Central do Brasil, Ailton de Aquino Santos.

Após as oitivas, a delegada responsável pelo caso vai avaliar se há divergências relevantes entre as versões apresentadas. Se entender necessário, poderá determinar a realização de uma acareação entre os envolvidos.

Vorcaro chegou a Brasília na manhã desta terça e seguiu para o Supremo Tribunal Federal (STF), onde o carro em que estava entrou pela garagem do prédio. Ele desembarcou em um voo comercial no Aeroporto de Brasília por volta das 11h.

Todo o procedimento é acompanhado por um juiz auxiliar do gabinete do ministro Dias Toffoli e por um representante do Ministério Público.

Investigação

As investigações começaram em 2024 na Justiça Federal. Segundo a Polícia Federal, o Banco Master não teria recursos suficientes para honrar títulos com vencimento em 2025.

A apuração aponta que o banco adquiriu créditos de uma empresa chamada Tirreno sem efetuar pagamento e, em seguida, vendeu esses ativos ao BRB, que teria desembolsado cerca de R$ 12 bilhões.

O Banco Central rejeitou a compra do Master pelo BRB e decretou a liquidação da instituição em novembro, entre outros motivos, pela falta de dinheiro em caixa para cumprir compromissos financeiros.

Negociações e possíveis divergências

Vorcaro e Paulo Henrique Costa participaram conjuntamente das negociações para a venda do Banco Master ao BRB, banco público do governo do Distrito Federal.

Antes de ser demitido do comando do BRB, após investigações da Polícia Federal sobre fraudes bancárias, Paulo Henrique Costa defendia a compra do Banco Master pelo Banco de Brasília como alternativa para a crise da instituição.

Segundo investigadores, pode haver divergências no depoimento de Ailton de Aquino Santos. Embora não seja investigado — ao contrário de Vorcaro e Costa —, o diretor do Banco Central analisou, por obrigação técnica, diferentes alternativas para a situação do Master, que incluíam aporte de recursos, troca de diretoria, venda e, por fim, a liquidação.

De acordo com a apuração, como as etapas anteriores não avançaram, a Diretoria de Fiscalização recomendou a liquidação. A venda do Master ao BRB foi vetada pela Diretoria de Organização do Sistema Financeiro do Banco Central, comandada por Renato Gomes. A decisão final foi tomada pela diretoria colegiada do BC, que aprovou a liquidação por unanimidade.


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