Alexandre de Moraes usou fake news em julgamento de 8 de janeiro, dizem aliados de Torres

Ministro do Supremo acusou ex-ministro da Justiça de fugir e jogar fora celular durante julgamento de um dos acusados pelos atos do 8 de Janeiro

Aliados políticos do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres rebatem o que consideram afirmações falsas do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes contra o ex-ministro do ex-presidente, Jair Bolsonaro.

No julgamento de um dos acusados pelos atos de 8 de janeiro, na quinta-feira (14), Moraes disse que Torres fugiu do país e jogou seu celular no lixo para evitar a apreensão do aparelho pela Polícia Federal.

Na ocasião, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) discutiu com André Mendonça, colega de Côrte, sobre a atuação da Força Nacional de Segurança no dia das depredações.

Com todo respeito, Vossa Excelência querer falar que a culpa do 8 de janeiro é do ministro da Justiça [Flávio Dino] é um absurdo, quando cinco comandantes [da Polícia Militar do DF] estão presos; quando o ex-ministro da Justiça que sucedeu vossa excelência [Anderson Torres] fugiu para os Estados Unidos, fugiu e jogou o celular dele no lixo e foi preso”, disse Moraes.

Segundo os aliados do bolsonarista, “Moraes mentiu porque os cinco comandantes foram presos, justamente por ordem de Moraes. Anderson Torres foi antes dos fatos para os Estados Unidos.  Flávio Dino se negou a entregar vídeos do dia 8 e apagou as imagens.  Flávio Dino mentiu ao por a culpa no contrato com empresa de vigilância para apagar as imagens. Flávio Dino foi avisado que haveria a manifestação.  Flávio Dino sabia que os ônibus com manifestantes estavam vindo para Brasília e nada fez, ao contrário segurou as Forças Nacionais para não reagirem contra os vândalos”, alegam.

Políticos bolsonaristas criticam Moraes mais duramente “como esse ministro conduz um inquérito para punir fake news e ele mesmo produz fake news em rede nacional, com alcance de milhões de pessoas e fica por isso mesmo? Questionou um dirigente Partidário que não quer se identificar por alegar medo de retaliações.

O ex-ministro da Justiça, Anderson Torres entregou as senhas do celular e dos arquivos na nuvem à Polícia Federal, o que viabilizou a recuperação do conteúdo do aparelho e isto é a verdade. Eles também afirmam que o ex-ministro não fugiu do país, uma vez que havia comprado passagens de ida e volta para os EUA em novembro, dois meses antes dos crimes. Dessa forma, deputados próximos a Torres ponderam que o comentário de Moraes foi “injusto e é fake news”.

O conteúdo do celular de Torres foi inclusive divulgado para a imprensa e  continha material de cunho considerado golpista por investigadores que tiveram acesso. Alegações sem provas de fraude nas eleições, e até mensagens recebidas por ele de convocações de manifestações pacíficas em frente aos quartéis do Exército são exemplos do material encontrado e divulgado, o que desmentiriam as afirmações de Alexandre de Moraes.

Imagem encontrada no celular de Anderson Torres
Imagem encontrada no celular de Anderson Torres

 

Imagem encontrada no celular de Anderson Torres

 

Imagem encontrada no celular de Anderson Torres

O grupo de parlamentares que não quer ser identificado pondera que toda crise político jurídica no país se iniciou com a soltura e “descondenação” por anulação de condenações e inquéritos que investigavam corrupção do atual presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Lula foi beneficiado pelo STF que lançou uma cruzada contra a operação Lava Jato que havia prendido políticos e empresários corruptos, incluindo a recuperação de bilhões de reais roubados dos cofres públicos.

Em 14 de março de 2019, o Supremo Tribunal Federal instaurou um inquérito destinado a “investigar a existência de notícias falsas, denunciações caluniosas, ameaças e roubos de publicação sem os devidos direitos autorais, infrações que podem configurar calúnia, difamação e injúria contra os membros da Suprema Corte e seus familiares”, tendo sido designado para presidi-lo o ministro Alexandre de Moraes.

 

 

 

 

 

 

 

 

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