Metrô, trens, e greve na Universidade de São Paulo (USP) que já dura mais de uma semana, Iniciada por alunos que pedem o que já está sendo feito, são exemplos de ofensiva contra o governador Tarsísio de freitas
A cidade de São Paulo enfrenta o caos nesta terça-feira (03), com 598 km de lentidão e trânsito acima da média por falta de metrô e trens que estão paralisados por grevistas. Funcionários da Sabesp também paralisaram nesta terça em ato contra a proposta de privatização da empresa.
o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) diz que vai pedir à Justiça agravamento da multa aos sindicatos. Na decisão de segunda (2), o desembargador do trabalho Celso Ricardo Peel determinou multa de R$ 500 mil em caso de descumprimento da orientação de manter 100% dos serviços em horário de pico (06h às 09h e 16h às 19h) e 80% da frota nos demais horários do dia.
A greve na Universidade de São Paulo, USP, que já dura mais mais de uma semana, tem sofrido a resistência de estudantes que querem ter aulas, de professores e de diretores de faculdades.
O motivo alegado para a paralisação não se sustenta. Os grevistas afirmam que é preciso pressionar para que a diretoria contrate novos professores. Em dez anos, a universidade perdeu cerca de 900 professores, por aposentadoria ou morte. Porém, foram abertas 879 vagas desde 2022. Mas a reposição demora, como todo processo burocrático. Para preencher essas vagas, é preciso seguir os editais, que devem durar até 2025. “É uma situação esquizofrênica, porque esses estudantes estão pedindo contratações de professores, mas esse processo já está em curso“, diz Lucas Tulha, formado em engenharia elétrica na Escola Politécnica e conselheiro do movimento USP Liberal.
No final de setembro, o diretor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, FFLCH, Paulo Martins, ordenou que os prédios fossem trancados para impedir vandalismo. Filiado ao PT, ele foi pessoalmente explicar aos estudantes que as contratações estavam em andamento. Foi recebido aos gritos de “fascista” e “a FFLCH não precisa de você“.
Deputadas e deputados estaduais da Federação PT/PCdoB/PV na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) apoiam à paralisação unificada dos trabalhadores do Metrô, Sabesp e CPTM. O grupo disse, ainda, que “repudia as manobras do governador Tarcísio de Freitas de tentar criminalizar o movimento legítimo dos trabalhadores e trabalhadoras das categorias”. “Estamos engajados no plebiscito promovido pelos sindicatos e entidades sociais e convocamos a população a opinar sobre o tema”, dizem em nota publicada hoje.
A paralisação desta terça faz parte desta guerra política entre esses dois grupos, já mirando a disputa pela Prefeitura de São Paulo no próximo ano. Tarcísio Gomes de Freitas incluiu o tema nas suas propostas de campanha eleitoral pelo governo de São Paulo. O PT sempre foi avesso à privatização. O risco para o PT e PSOL é a greve gerar muita insatisfação num público que vota majoritariamente nos dois partidos e o que mais depende dos transportes públicos.
Tarcísio repetiu nesta terça-feira (3) que os funcionários de Metrô, CPTM e Sabesp promovem uma greve política. “Basta ver os vídeos das assembleias para perceber a motivação política, o que tem por trás. Eles deixam muito claro em cada manifestação”, criticou o governador de São Paulo. De fato, alguns elementos e discursos da assembleia que referendou a greve deixam isso claro.
Estavam presentes à reunião promovida ontem pelos sindicatos a “bancada feminista do Psol” e o deputado estadual Alcides Amazonas (PCdoB). Os comunistas manifestaram nesta segunda-feira apoio formal à pré-candidatura do deputado federal Guilherme Boulos (Psol) à prefeitura de São Paulo. Boulos já tem a promessa de apoio do PT na tentativa de evitar a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Já na esfera Nacional, O partido do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e 0 Psol de Boulos entraram com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar impedir a privatização da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Quem paga o pato é morador de São Paulo.
O ato de apoio do PT a Boulos em São Paulo contou com a participação de Gleisi Hoffmam, presidente do Partido; do ministro Fernando Haddad (Fazenda); do presidente estadual do partido, Kiko Celeguim; e do presidente municipal do PT, Laércio Ribeiro. O PT não terá uma candidatura própria à prefeitura da capital paulista –deve, no entanto, indicar o vice de Boulos. O partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) agora usa seus filiados, aliados e admiradores paralizando São Paulo, em busca da eleição que será no ano que vem.