Janones pede rachadinha em áudio gravado por assessores

Áudio foi gravado pelo jornalista Cefas Luiz, ex-assessor de Janones, após  parlamentar se eleger pela primeira vez

O deputado federal André Janones chantageou assessores da Câmara lotados em seu gabinete, para repassarem parte dos salários para seu uso próprio.

Janones disse como pretendia gastar o dinheiro desviado da remuneração de servidores públicos: cobrir gastos que ele teve com casa, carro, poupança e previdência.

a Gravação do áudio foi obtido pelo site Metrópoles.

O deputado recebeu 238 mil votos e foi o segundo parlamentar mais votado de Minas Gerais em

Conhecida como rachadinha, a prática configura enriquecimento ilícito, dano ao patrimônio público e é passível de inelegibilidade segundo entendimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A reunião gravada sem o conhecimento de Janones ocorreu na própria Câmara dos Deputados, na sala de reuniões do Avante, partido do deputado. Antes de pedir os salários de sua equipe, o parlamentar tentou sensibilizar os servidores.

“Algumas pessoas aqui, que eu ainda vou conversar em particular depois, vão receber um pouco de salário a mais. E elas vão me ajudar a pagar as contas do que ficou da minha campanha de prefeito.

Porque eu perdi R$ 675 mil na campanha. ‘Ah isso é devolver salário e você tá chamando de outro nome’. Não é. Porque eu devolver salário, você manda na minha conta e eu faço o que eu quiser”, tentou convencer Janones.

O deputado continuou: “O meu patrimônio foi todo dilapidado. Eu perdi uma casa de R$ 380 mil, um carro, uma poupança de R$ 200 mil e uma previdência de R$ 70 (mil). Eu acho justo que essas pessoas também participem comigo da reconstrução disso. Então, não considero isso uma corrupção”, afirmou.

Em seguida, Janones alegou que não seria justo assessores permanecerem com 100% de seus salários: “Por exemplo, o Mário vai ganhar R$ 10 mil [por mês]. Eu vou ganhar R$ 25 mil líquido. Só que o Mário, os R$ 10 mil é dele líquido. E eu, dos R$ 25 mil, R$ 15 mil eu vou usar para as dívidas que ficou [sic] de 2016. Não é justo, entendeu?”.

 

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